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Biografia de Arlindo Marques Junior

Arlindo Coelho Marques Júnior
1/8/1913 Rio de Janeiro, RJ
4/6/1968 Rio de Janeiro, RJ

Carioca, estudou no Colégio Pedro II e chegou a iniciar o curso de Direito, que abandonou no terceiro ano. Como jornalista, trabalhou em vários jornais da imprensa carioca, entre eles, "Última Hora", "Radical" e "A Gazeta". Escreveu várias "revistas" para Dercy Gonçalves, Alda Garrido e Walter Pinto. Foi um dos fundadores da Sbacem, cuja primeira diretoria integrou e da qual se desligou anos depois para ingressar na UBC. Trabalhou como assessor-técnico da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria.

Teve músicas gravadas por Orlando Silva, Déo, Dircinha Batista, Nhá Zefa, Odete Amaral, J. B. de Carvalho e outros. Como revistógrafo, escreveu para Alda Garrido, Valter Pinto, Virgínia Lane e outros. Estreou como compositor com a valsa "Nossa padroeira", parceria com Zequinha de Abreu gravada na Columbia por Zezé Lara. Em 1932, Murilo Caldas gravou na Columbia sua marcha "Sobe no bonde". No mesmo ano, fez a letra para a valsa "Amando sobre o mar", de Zequinha de Abreu. Formou com Roberto Roberti uma das mais famosas parcerias de sambas e marchas carnavalescas. Em 1935, lançou com Roberti a marcha "Foi numa noite assim" e o samba "Queixas de colombina" gravados por Carmen Miranda em sua estréia na Odeon. No ano seguinte, teve mais duas de suas parcerias com Roberto Roberti gravadas: as marchas "Colombina moderna", por Almirante e "Você é crente", por Mário Reis, ambas na Odeon. Ainda em 1936, mais quatro composições com o mesmo parceiro foram gravadas por Carmen Miranda na Odeon: as marchas "Nova descoberta" e "Não fui eu" e os sambas "Deixa esse povo falar" e "Capelinha do coração".

Em 1938, obteve o primeiro grande sucesso com o samba "Abre a janela", também com Roberti, interpretado e gravado por Orlando Silva na Victor. Também no mesmo ano, compôs com Antônio Almeida< a marcha "Meu pai sem uma nora" gravada por Joaquim Pimentel na Columbia. Ainda no mesmo ano, com Roberto Roberti compôs os sambas "Depois que você chorou" e "A bela adormecida" e a marcha "Ali Babá", gravadas por Odete Amaral na Victor. Em 1939, novo êxito com "O homem sem mulher não vale nada", também gravado por Orlando Silva na Victor. No mesmo ano, compôs com Gadé a valsa "Estrada do passado", gravada por Dircinha Batista e Castro Barbosa na Columbia e, com Roberto Roberti, o samba "Música maestro", gravado por Dircinha Batista na Odeon e "Encontrei minha amada", um samba e "Carioca", uma marcha, gravadas por Orlando Silva na Victor. No ano seguinte, Dircinha Batista gravou a marcha "Bem-te-vi", parceria com Roberto Roberti e Lauro Borges, a marcha "Quantos somos?", parceria com Jorge Faraj.

Em 1941, compôs com Roberto Roberti o samba "Guiomar vem cá" lançado na Columbia por Arnaldo Amaral. Com Antônio Almeida e Alberto Ribeiro compôs a marcha "Não se case Beatriz", gravada em dueto por Beatriz Costa e Leo Vilar, também na Columbia. Ainda no mesmo ano, compôs com Luiz Batista Jr. a canção "Adeus, palavra malvada", gravada na Odeon por Nhá Zefa e Quarteto de Bronze.

Em 1942, compôs com Roberto Roberti uma das mais conhecidas e executadas marchinhas de todos os carnavais, "Nós, os carecas", gravada pelo grupo Anjos do Inferno na Columbia em disco que trazia na face B o samba "Dolores", de sua parceria com Alberto Ribeiro e Marino Pinto. No mesmo ano, compôs o samba "Maluquinha pra dançar", parceria com Gastão Viana gravado por Cyro Monteiro na Victor, com Roberto Roberti e Marino Pinto, a marcha "Pernilongo", gravada pela dupla Joel e Gaúcho e, com Roberto Roberti, o samba "Só vindo ao Brasil pra ver", gravado por Francisco Alves, os dois últimos, na Odeon. Em 1943, teve outras parcerias com Roberto Roberti gravadas, como as marchas "As mulheres de azul", por Déo na Columbia e "Eta povo, pra brincar", por Dircinha Batista na Odeon. No ano seguinte, compôs com Augusto Garcez a marcha "Depois da hora" gravada por Joel e Gaúcho na Odeon. Em 1944, Cyro Monteiro gravou na Victor a marcha "Anita", parceria com Roberto Roberti.

Em 1946, lançou o samba "Se eu tiver que escolher", em parceria com Roberto Roberti e Ismael Silva, gravado por Orlando Silva na Odeon. No mesmo ano, compôs com Roberto Roberti a marcha "Deixa passar o trabalhador" e o bolero "Nuestro amor" gravadas na Odeon pela dupla Joel e Gaúcho. Em 1947, teve a marchas "Traz mais um chope", parceria com Felisberto Martins gravada por Alcides Gerardi e "A marcha da lua", parceria com Roberto Roberti gravada por Carlos Galhardo. Em 1949, voltou a ter composição gravada por Dircinha Batista, a marcha "Casinha branca", parceria com Roberto Roberti. No mesmo, seu samba "Falaram tanto da Bahia", com o mesmo parceiro foi gravada na RCA Victor pelos Anjos do Inferno. Em 1950, a marcha "Meu cavalo pangaré", também com Roberto Roberti foi gravada por Bob Nelson.

O último grande sucesso veio em 1953 com "Sistema nervoso", samba em parceria com Wilson Batista e Roberto Roberti gravado por Orlando Correia na Todamérica e regravado nos anos 1980 pela cantora Simone. Em 1954, a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho II gravou na Odeon o samba "Greve da alegria" e a "Marcha da saúva", parcerias com Roberto Roberti. Em 1955, compôs com Murilo Caldas e Roberto Roberti as marchas "Que papelão" e "Já sei tudo", gravadas por Murilo Caldas na Odeon. No final dos anos 1950 foi se afastando da vida artística.