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Biografia de Bedeu

Nasceu em Porto Alegre, 4 de dezembro de 1946 — 5 de agosto de 1999, também conhecido como Bedeu foi um consagrado cantor e compositor da MPB e do samba rock brasileiro.

Nascido no bairro Cidade Baixa, onde antigamente era a Ilhota, um bairro pobre e reduto de diversos traços da africanidade na cidade de Porto Alegre, trouxe de lá boa parte das influências musicais na infância e na juventude.

Apesar de ser gaúcho, curiosamente iniciou sua carreira em São Paulo, onde teve diversas músicas gravadas por artistas do eixo Sudeste do Brasil. Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Dhema, Neguinho da Beija-flor e Originais do Samba gravaram suas canções, compostas com seus companheiros musicais mais freqüentes, Leleco Telles (também já falecido) e Alexandre. Tem também o seu trabalho reconhecido com percussionista.

Em 1975, retorna a Porto Alegre e forma junto com Leleco Telles, Alexandre, Cy, Leco e Nêgo Luis o grupo de swing Pau-Brasil.

Reunindo uma seleção de grandes músicos, o Pau-Brasil lançou diversos sucessos, até hoje exaustivamente regravados, como Grama verde, Minha preta, Nêga Olívia e Pau-Brasil.

Dois discos foram lançados por esta turma da pesada, que utilizou em suas músicas a mistura de dois gêneros musicais de origem negra, o samba e o rock: O samba e suas origens (1978) e Pau-Brasil (1979). O sucesso do grupo foi considerável e serviu de exemplo a muitos outros artistas que aderiram ao gênero posteriormente ou apenas passearam temporariamente por ele, batizado de samba rock (no Rio Grande do Sul, recebe o nome de suíngue).

Contemporâneos de Bebeto e Jorge Ben Jor, o Pau-Brasil fincou raízes e, mesmo depois da sua extinção, tem um grande grupo de admiradores do seu trabalho e seus discos são bastante solicitados em sebos e briques que vendem LPs antigos em Porto Alegre e São Paulo.

No início dos anos 80, Bedeu parte para a carreira-solo, lançando África no fundo do quintal, em 1983, onde reúne suas composições mais famosas e novas músicas, como Zimbábwe. Nas gafieiras, sua música Kid Brilhantina (em parceria com Alexandre) é bastante executada até os dias atuais. Esta, inclusive, foi uma das músicas de sua autoria selecionada para a coletânea ‘Samba rock em dois tempos’, de 1988, juntamente com Guerreiro, composta em parceria com Bebeto e Leleco Telles.

Em 1993, lança Iluminado, onde consagra mais uma de suas músicas, Saudades de Jackson do Pandeiro (com Luís Vagner), onde exalta além do saudoso pandeirista, outros instrumentistas famosos no Brasil e no mundo como Luiz Gonzaga, Bola Sete e Caçulinha (o mesmo que participa dos programas de Faustão, desde os idos da TV Bandeirantes).

Compôs também, junto com Alexandre e Leleco, alguns sambas de enredo para as escolas de samba porto-alegrenses Garotos da Orgia, Acadêmicos da Orgia (da qual é um dos fundadores) e Areal da Baronesa.

Nesta época, após gravar algumas coletâneas, é acometido por diabetes e suas complicações. Este problema de saúde o afasta momentaneamente do cenário musical e da mídia, preocupando os seus admiradores e aqueles que se divertiam dançando os seus sucessos nas pistas dos salões de gafieira.

Em 1998, grava o seu último cd, financiado pela Prefeitura da capital gaúcha, Swing Popular Brasileiro. Nele, retoma alguns de seus sucessos e lança algumas músicas ainda inéditas. Isto ocorre pelo fato de não ter uma situação financeira confortável e por voltar a ter problemas em decorrência do diabetes.

Para o seu auxílio no tratamento (apesar de estar em fase terminal), foi promovido um show chamado “Tributo a Bedeu”, em fins de julho de 1999. Porém, o dinheiro arrecadado não foi suficiente para salvá-lo da morte, após um longo tempo de internação e do agravamento de sua enfermidade.