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Biografia de Betinho

Filho de Josué de Barros, que foi o primeiro acompanhador da cantora Carmen Miranda. Na adolescência acompanhou ao violão, junto com o pai, a cantora Carmen Miranda. Atuou durante vários anos em Buenos Aires na Argentina onde tocou em conjuntos de jazz. Atuou como guitarrista em diversas orquestras, entre as quais, a do maestro Zacarias.

De 1941 até 1946, foi instrumentista da orquestra de Carlos Machado, que se apresentava nos cassinos da Urca e de Icaraí. No início da década de 1950, fundou o grupo Betinho e seu Conjunto, que obteve vários sucessos, apresentando-se na Rádio Nacional paulista e na boate Excelsior. Faziam parte do grupo os instrumentistas Bolão, Botinai, Navajas, Hamilton, Bruno, Faisca e Luisinho. Em 1953 estreou em disco com seu conjunto gravando pela Copacabana o baião "É sobremesa", de sua autoria em parceria com Nelson Figueiredo e o choro "Betinho no choro", de sua autoria. O baião "É sobremesa", não fez muito sucesso no Brasil, mas chegou a receber sete gravações na Europa, entre as quais, uma com a orquestra do maestro Roberto Inglês com o título de "Sunrise samba". Em 1954 obteve grande sucesso com o fox "Neurastênico", parceria com Nazareno de Brito, que logo foi regravado seis vezes no Brasil e oito na Argentina, onde também fez muito sucesso, assim como também no Uruguai. Em 1956, o "Mambo do galinho", com Nazareno de Brito foi gravado por Cuby Peixoto no LP "Canção do rouxinol".

Em 1957 tornou-se um dos pioneiros do rock no Brasil ao gravar de sua autoria e Heitor Carrilho o rock "Enrolando o rock". No ano seguinte gravou "Little darlin'", de William, com versão de Heitor Carrilho, o calipso "Baby lover", de Wandra Herrel e o rock "Peanuts" de J. Cock. Na mesma época, o cantor Valdemar Roberto gravou na Polydor a toada "Vou falar de você", de sua parceria com Nazareno de Brito. Em 1959 gravou com sucesso a guarânia "Quero beijar-te as mãos", de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal.

Foi um dos primeiros instrumentistas brasileiros a utilizar uma Fender, guitarra elétrica de fabricação norte-americana. Acompanhou com seu conjunto as gravações de diversos artistas, entre os quais, Ronnie Cord, Moacyr Franco em "O rock do mendigo", Gessy Soares de Lima, Rossini Pinto e Cleide Alves. Em meados da década de 1960, transferiu-se para uma gravadora independente, pela qual lançou vários discos de músicas com temática religiosa no estilo rock balada.

Betinho casou-se em 1941 com a polonesa Presyla Herminia Zseja de Barros e tiveram 2 filhos: Alberto Josué Borges de Barros e Irany Borges de Barros. Em meados da década de 60, Betinho se torna evangélico e mais tarde, um renomado pastor. Passou a compor músicas religiosas no estilo rock-balada, sendo o primeiro guitarrista evangélico do Brasil. Participou de gravações, fazendo solos de guitarras em alguns LPs de cantores do meio evangélico como por exemplo, Luiz de Carvalho. Após sua jubilação como pastor, foi morar com sua família na cidade de Maringá/PR onde frenquentava a Igreja Batista Sião. Faleceu aos 82 anos cheio de vitalidade, três anos após a morte de sua esposa. Nesta cidade exite uma rua no bairro de Vila Bosque que leva, em homenagem, o seu nome.