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No Adeus a Eduardo Simões

Bruno Neves

Acordou cinzento este domingo
Finalzito de setembro
E eu solito relembro
Momentos que não esqueço
Paro penso e repenso
E não consigo acreditar
Que hoje foi se findar
A vida de um amigo!

Inteira Santana chora
Por causa deste guri
Que hoje teve que ir
Seguir o caminho de tantos
Deixaste amigos aos prantos
Mas algo ao menos consola
Lembrar que foste embora
E aos mestres foi te juntar
Pra eles tu a de tocar
E pra alguns até escrever
Melodias ao entardecer
Sobre pingos e violões
Lembrando dos corações
Que aqui deixaste a sofrer

Falo com a certeza
E certo que não me engano
Deus te levou pra outro plano
Para te ouvir tocar
E todo o céu alegrar
Com esse jeito de fronteiro
Com o Gildo de gaiteiro
Só pra te acompanhar

E esse gaúcho nativo
Honrava a tradição
Sempre com seu violão
Ele ajudava a contar
Como se deve amar
E defender esse chão

Fatalidade e tragédia
Antes do dia santo
Assim calou-se o canto
De um jovem muito especial
Que não pensava no mal
E nos olhos tinha a inocência
E Deus requisitou a presença
Deste guri sem igual


Deixaste a nós todos
Muito jovem, e mesmo assim
Cativaste neste confim
Amigos que são incontáveis
Em prantos intermináveis
Ficaram todos sofridos
De corações partidos
Sentindo imensa saudade

Gostava de skte e golfe
Tinhas as vezes de "magrão"
Mas honrava a tradição
O rio grande acima de tudo
Este guri peitudo
Hoje solito no cemitério
Chamava-se Dudu galdério
Honrado acima de tudo

E o céu inteiro à de aplaudir
Este anjo de chapéu
E como aqui também o céu
Não vão entender o mistério
Que tem o Dudu galdério
Que com a quietude cativa
Apaixona e sensibiliza
Com um jeito alegre, mas sério


Foi tão forte assim
Não to aqui pra menti
Em cinco dias eu vi
Toda a sensibilidade
Que comoveu tua cidade
Todos rezando por ti
Também sentimos ali
O tamanho desta saudade

Foi filho de todos os pais
Irmão de todos os irmãos
Que com força se deram as mãos
Para por ti orar
Só pensando em te salvar
Não aceitando a tua partida
E te querendo com vida
Para todos nós alegrar


Deixaste muitos amores
Gurias apaixonadas
Por certo que indignadas
Sem saber o que fazer
Sem ter a quem recorrer
Neste momento de tristeza
Levaram a tua beleza
Deixaste-as a sofrer

Tinha o verde do campo nos olhos
E também muitas paixões
Teus pais, parentes, irmãs
Cavalos, violão e amigos
Todos muito queridos
Por Eduardo Simões

Como o destino é cruel
E assim me obrigo a dizer
É até impossível esquecer
Como tudo aconteceu
Debaixo do seu chapéu
E encima do lombo de um pingo
Parece que estou mentindo
Mas foi assim que o Dudu morreu

Logo ele que amava
Cavalos e gauchada
Antes da data sagrada
Pra todos nós desta terra
O ser humano é quem erra
E foste de junto dos seus
Foi para o lado de Deus
Com chapéu tapeado na testa

E agora nas noites frias
Por certo que enluaradas
Negras e estreladas
Brilha o guri de Santana
Que Eduardo se chama
Ele guia e protege
E lá de cima ele rege
Todos os que ama

A terra perdeu um talento
O céu ganhou uma estrela
E nós desta fronteira
Um Anjo a nos proteger
Imortal, a de viver
Dentro dos corações
De todos destes rincões
Ninguém nunca vai te esquecer

Eduardo Simões Pires
Dudu Galdério imortal
Tua falta nos faz um mal
E com esse choro contido
Que a paz esteja contigo
Desejam de coração
Todos deste rincão
Que fique "com Dios" Amigo!

Composição: Bié Cruz / Bruno Neves / Carlos Bóris / Juliano Fernandes





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