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Luar do Sertão

Bruno Novaes

Ai, que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
É a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração

Mas como é lindo ver depois por entre o mato
deslizar calmo e regato, transparente como um véu
No leito azul de suas águas murmurando e por sua vez
roubando as estrelas lá do céu

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão, se faz luar
Parece até que a alma da lua que descanta
Escondeu-se na garganta
Desse galo a soluçar

A gente fria dessa terra sem poesia
Não faz caso dessa lua nem se importa com o luar
Enquanto a onça lá na verde capoeira
Leva uma hora inteira vendo a lua meditar

Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde a surunina
Chora a sua viuvez

Não há ó gente ó não
Luar como este do sertão
Não há ó gente ó não
Luar como este do sertão.


Composição: -





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