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Biografia de Carl Orff

Entre a extensa e magnífica produção de Carl Orff, em que se detecta a influência de Igor Stravinsky e de Claude Debussy, destaca-se a conhecida cantata Carmina Burana (1937). Suas demais obras são muito raramente interpretadas. Entre elas, devem-se mencionar: as óperas A Lua (1939) e Sonho de uma Noite de Verão (1952, revista em 1964); as composições para a Páscoa e o Natal (1956 e 1960), de cujos textos também é autor; ou as cantatas. As bases musicais deste compositor estendem-se desde a cultura popular da Baviera até o drama grego, passando pelos mistérios cristãos. Suas peças teatrais, a que Orff chamava "teatro total", pretendem ser obras completas em si mesmas. A música de Orff, que se caracteriza pelas simples repetições de melodias, texto e motivos, bem como pelos ritmos efetivos e diferenciados, produzidos por instrumentos de percussão recorrentes, é posta a serviço da ação corporal e raramente ultrapassa a notação tonal. Com ela, Orff aspirava reencontrar o teatro musical, de caráter mágico e religioso, da Antiguidade. Como professor, Orff teve influência decisiva sobre várias gerações de músicos. A sua Schulwerk (obra didática, 1930-1935, revista em 1950-1954), que integrava o pensamento musical elementar e a improvisação espontânea, teve repercussão internacional na educação musical precoce. Para pôr em prática suas idéias, Orff desenvolveu (em conjunto com Karl Maendler) o Instrumentário de Orff, constituído por instrumentos de percussão de todos os tipos. Em 1924, foi um dos fundadores de uma escola em Munique dedicada à ginástica rítmica e à dança (Escola Günther), uma vez que, para seu trabalho pedagógico, a unidade da música, do movimento e da linguagem era de importância fundamental. Em 1990, foi inaugurado em sua cidade natal o Instituto Estatal Orff de Investigação e Documentação.