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O Rio

César Augusto

O rio vai descendo a serra
Vai molhando a terra
Seca do sertão
Vai formando
uma corrente
Feito uma serpente
Solta pelo chão
E a água do seu leito
É leite do peito
da mãe plantação
Que vai eliminar a fome
E matar a sede de toda a nação.

O rio vai criando filhos
Vai regando o milho,
arroz e feijão
Vai seguindo seu caminho
Segue seu destino, sua direção
Depois que vem a colheita
O rio sempre aceita
dos canaviais
O bagaço do alimento
e a sobra de tudo
Que ninguém quer mais.

Rio que não tem carinho
Qualquer dia desses
vão te dar valor
Nasce limpo e morre sujo
Envenenam tudo,
até o próprio amor
Será que eles não percebem
Que a natureza pede pra viver
Enquanto vai morrendo o rio
Nada em sua volta poderá nascer.






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