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Saudades da Minha Terra

César Menotti e Fabiano

De que me adianta viver na cidade

Se a felicidade não me acompanhar

Adeus, paulistinha do meu coração

Lá pro meu sertão quero voltar

Ver a madrugada, quando a passarada

Fazendo alvorada começa a cantar

Com satisfação arreio o burrão
Cortando o estradão saio a galopar

E vou escutando o gado berrando

Sabiá cantando no jequitibá


Por nossa senhora, meu sertão querido

Vivo arrependido por ter te deixado

Esta nova vida aqui na cidade

De tanta saudade, eu tenho chorado

Aqui tem alguém, diz que me quer bem

Mas não me convém, eu tenho pensado

Eu digo com pena, mas essa morena

Não sabe o sistema que eu fui criado

Tô aqui cantando de longe escutando

Alguém está chorando com o rádio ligado


Que saudade imensa do campo e do mato

Do manso regato que corta as campinas

Aos domingos ia passear de canoa

Na linda lagoa de águas cristalinas

Que doce lembrança daquela festança

Onde tinha dança e lindas meninas

Eu vivo hoje em dia sem ter alegria

O mundo judia, mas também ensina

Estou contrariado, mas não derrotado

Eu sou bem guiado pelas mãos divinas


Pra minha mãezinha já telegrafei

E já me cansei de tanto sofrer

Nesta madrugada estarei de partida

Pra terra querida, que me viu nascer

Já ouço sonhando o galo cantando
inhambú piando no escurecer

A lua prateada clareando a estrada

A relva molhada desde o anoitecer

Eu preciso ir pra ver tudo ali

Foi lá que nasci, lá quero morrer

Composição: Gerson Coutinho da Silva/Pascoal Todarello





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