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É bem assim....

César Oliveira e Rogério Melo

É bem assim...
Cá no Rio Grande, no garrão deste país
Habita um povo de coragem e que é feliz
Por ter no sangue a descendência farroupilha
É bem assim...
O que se fala se garante a todo custo
A lida é o lema de quem não nasceu de susto
Pois esta gente faz histórias nas coxilhas

É bem assim...
Quando um "veiaco" mal costeado esconde a cara
De pronto acha um braço forte que lhe pára
E um par de esporas cortadeiras num garrão
É bem assim...
Quando troveja pra os lados do chovedor
E o tempo baba, encharcando o corredor
Chapéu e poncho fazem às vezes de galpão

É bem assim...
Nesta querência de rebanhos e manadas
Onde a peonada das estâncias, bem montada
São os esteios que sustentam o pago, enfim...
E as tropas gordas que povoam invernadas
São o produto do trabalho desta indiada
Mostrando ao mundo que pecuária é bem assim...!

É bem assim...
Quando florescem as manhãs de primavera
Brotam os campos, suplantando toda a espera
De um novo entore que encaminha a produção
É bem assim...
"Se puxam" potros, vão se aprontando novilhas;
"Se ajeita" lindo a caponada pras esquilas
Comparsa antiga, "hace tiempos" no rincão

É bem assim...
Rodeio grande, terneirada bem cruzada
Um doze braças corta o vento numa armada
E a vida segue o seu caminho, "flor e flor"
É bem assim...
Mate cevado, prosa buena, um fim de tarde
Aqui se faz o que se deve sem alarde
Por que esta terra é de respeito, sim senhor!






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