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Légua e Pico

César Oliveira e Rogério Melo

Quem sabe por conta de rédeas na mão
Firmar no estribo e meter seu cavalo
Às vezes não sabe atacar pela frente
E entender certamente estas coisas que falo.

Eu compro a parada, mas jogo por mim
Que o osso do "culo" também bota sorte
Que cusco por manso não late pra o dono
Nem perde o entono quem tem santo forte...

É meter o cavalo, a razão que se perca
Quem sabe se amanse na primeira sova
Igual a um cambão de porteira alambrada
Que a deixa espichada só enquanto for nova.

E quando um "paysano" não sabe o que fala
E assim, légua e pico, só diz o que pensa
De certo contesta o bom fio de uma faca
Por aço e alpaca não vê diferença.

Aprende quem quer com as voltas da vida
Se cansa na espora quem gira a roseta
É feito boi manso depois que se solta
Vem pastar na volta cuidando a carreta.

Eu sei, pasto verde não é pra matungo
E que a coisa por boa não dá em macega
Mas quem não tem lado nem marca borrada
Se amansa por nada e o estribo não nega.

Se tenho verdades não são todas minhas
Mas tenho confiança em cavalos domados
Em quem toca a vida com jeito e tenência
E entende a ciência entre manso e cansado.

Composição: Edilberto Bergamo / Gujo Teixeira





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