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O Velório do Juca Torto

César Oliveira e Rogério Melo

Fui no velório do querido Juca Torto,
eu era íntimo do morto,
pero mucho más da viúva

Babava águas, pesos de raio e trovão,
entrei de chapéu na mão
e poncho encharcado da chuva

Tomei um trago de canha meio sem jeito,
é que tenho este defeito de gostar
de coisa triste

E quem resiste a um velório com cachaça,
com rapadura bolacha
e umas véia pra dizer um chiste

Varei a sala arrastando as nazarena,
corri os zóio na morena
chorando embaixo de um véu

Tinha um gaiteiro vaqueano das horas brabas
que floreava uma pianada
pedindo as bênçãos pra o céu

[Refrão]
Não chora linda, não chora minha querida
porque a saudade é um mau que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
que nessas voltas da vida
a gente acha o que procura

Eu tinha um lenço borbado com as inicial e ofereci muy cordial, tapado de sentimento

não te preocupa que os amigo são pra isso,
fica aqui meu compromisso
te amparar neste momento

Vendo a quietude que negaciava o ambiente,
fui pra o lado de um parente
falando o que era preciso

Me dê licença que eu conhecia o finado,
sei o que ia querer o coitado,
que eu cantasse de improviso

Juntei o sombreiro ao peito
e saquei um verso da goela

Sentido eu faço este verso,
em respeito ao falecido
que era meu amigo,
desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui,
pra te dizer por inteiro
pode ir-te embora parceiro
que a viúva eu cuido pra ti

[Refrão]
Não chora linda, não chora minha querida
porque a saudade é um mau que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
que nessas voltas da vida
a gente acha o que procura

Composição: Anomar Danubio Vieira





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