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O Tempo Não Para

Cidade Negra

uh, uh, uh, uh, uh


Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara.

Mas se você achar
Que eu estou derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, não pára.

Dias sim...
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára.

Eu vejo o futuro refletir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára não.

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro.

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos muito mais brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais e muito, muito, muito mais dinheiro.

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára.

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára não.

Composição: Cazuza/Arnaldo Brandão





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