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Biografia de Colorido Artificialmente

Colorido Artificialmente é uma banda de rock de Belo Horizonte-MG, formada por quatro amigos que acreditam na mesma música.

No dia 7 de julho, a banda de rock belo-horizontina Colorido Artificialmente lançou “A Tradicional Família Mineira”, seu aguardado álbum de estréia . Com a demarcação do lugar de origem no título desta reunião de oito músicas, o quarteto não só disponibilizará as faixas na internet como prevê o lançamento de uma edição limitada no formato de CD, que trará fotos e letras das canções . Marcando três anos de existência do grupo, o disco traz as participações de Jennifer Souza, dividindo as vozes em “A casa e o Sol”, e de Lucas Diniz ,em “Babel”. Para a apresentação e venda da bolacha, custando poucos 5 reais,o grupo fará apresentação única no Minueto Centro Musical, marcada para o dia 31 de julho.

Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo: o que há de tão mineira ou até de tradicional nesta família? Se nem mesmo os integrantes conseguem delimitar os rumos da banda, já que hoje alguns deles se encontram mais perambulando pelo Brasil que na capital de Minas, a resposta fica difícil. Talvez a própria situação dos rapazes já indique um caminho para entrar na brincadeira do título do CD, que não exclui um ar de provocação. “O título remete a algo provinciano, mas o CD vai para a internet. Será que a gente consegue ser tão global assim?” Pergunta que não prevê resposta fácil feita por João Guilherme, vocalista, guitarrista e letrista dos Coloridos, que hoje fixou residência em Florianópolis para dar sequência aos estudos. “Minha família mora no Rio, estou sempre com um pé lá e outro aqui. Manuel tá de saída para São Paulo, acho que só o Fernando, apesar de ter família em Vila Velha, tem planos de continuar em BH”, explica Bruno Faleiro, baixista que assina a letra de “O Estrangeiro” ao lado de João.

Apesar da aparente falta de foco, os rapazes estão longe de estarem perdidos, pelo menos no que diz respeito à parte musical. A Tradicional Família Mineira traz uma complexa e longa “Volta de São Paulo” até Belo Horizonte, marcada pela incerteza de um relacionamento com alguém distante. Por outro lado, nos leva a um simples e singelo interior de Minas Gerais, onde a lembraça de uma Ipatinga vivida durante a infância é trazida à tona por João Guilherme, que divide os vocais com a bela voz de Jennifer, emprestada das bandas Cinza e Transmissor . Na “Babel” contemporânea, onde para ir além pode-se muito bem “estar sempre no mesmo lugar” – mais uma vez, o CD na internet! -, temos riffs ágeis de Manuel Horta que se arranjam em uma variação de compassos rítmicos. Mais uma vez os vocais são divididos, desta vez com Lucas “Bola”, que é também responsável pela arte da capa do disco, juntamente com a Vorko Design.

Entre “Distopias” que ora nos dizem da vontade de ainda termos crenças no mundo, ainda que as piores possíveis; ora nos lembram a de George Orwell, como em “1948”, também vemos novas versões do velho: “Vai Ver”, que já podia ser ouvida ao lado de “1948” no http://www.myspace/coloridoartificialmente, está de volta devidamente potencializada pela qualidade da nova gravação. Perpassando as oito viagens por algum canto de Minas ou mesmo na subjetividade de cada um, é impossível não creditar a segurança – e o deleite, por que não? - das viagens à firmeza e virtuosísmo de Fernando Monteiro, baterista: sem ele a engrenagem funcionaria?

A capa do disco é uma fotografia que remonta uma sala de estar com pequenas peças de papel em miniatura. Se alguém perde por ter dúvidas em relação à identidade vivendo em tempos onde se fala “uai” pela internet com o amigo que reside do outro lado do mundo, o público ganha com música de boa qualidade. E recomenda-se: esqueça onde se está sentado, ligue o som ou tape os ouvidos com fones. A viagem, além de ser especialidade da casa, é boa e garantida.