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Um Salto De Setenta Anos Para Redimir a Alemanha

Cordel E 10 Rimas

A luz do sol nordestino
Ilumina a minha mente
E aqui do meu batente
Vou tomar mais um destino
Para falar de uma gente
Que tem modos diferentes
Evita até cantar hino.

É um povo encantador
Apesar de certa história
Que não deixou qualquer glória
Mas um período de dor
Falo da luta inglória
Que não levou a vitória
Para um grande ditador.

Acho que a Copa do Mundo
É uma oportunidade
De redimir de verdade
Aquele trauma profundo
Em nome da liberdade
Pelo bem da humanidade
É o perdão em um segundo.

Que o seu povo acompanha
Com muita dignidade
Sua gente sem alarde
Com melhores dias sonha.

A minha convicção
Nessas rimas tão sinceras
Já vem de algumas eras
Pois conheço um alemão
Que há muito tempo espera
Por sua maior quimera:
Só pede compreensão.

Ele é um rapaz novo
Não tem nem quarenta anos
Mas teve alguns desenganos
Ao falar sobre seu povo
Quis até mudar de planos
Mesmo sem gestos profanos
Pois se achava um estorvo.

Um dia não agüentou
Ficou muito emocionado
E disse em tom embargado
Para quem o escutou
Que nunca foi nem soldado
E o tratam como culpado
Pelo que ruim se passou.

Perto da linha do trem
Debruçado na varanda
Ele não teve mais banda
Pois sabe o que convém
Olhando um pé de lavanda
Perguntou sem fazer onda
- O que eu fiz com alguém?

Essa é a grande questão
Que temos de responder
Pois Hitler fez sofrer
Um monte de geração
Mas agora vamos ver
Se dá pra esclarecer
Pro bem do povo alemão.

Mas a Alemanha é mais
Tem beleza de se ver
Para nunca esquecer
As paisagens naturais
Vamos aqui percorrer
Desde o amanhecer
Cidades, campos e cais.

Floresta Negra, que sonho,
Starnberg, quanta rosa,
Munique, tão poderosa,
Que amanhecer risonho,
Stutugart, fogosa,
Colônia, maravilhosa,
E Berlin é um enfronho.

Num país tão esportivo
Veja o que alguém fez
Nos jogos de trinta e seis
Com tirânico motivo
Tentaram mudar de vez
Do mundo todo a tez
Com estúpido incentivo.

Mas não podia dar certo
O mundo se rebelou
E o nazismo derrotou
Na Europa e no deserto
Agora tudo passou
Só uma lição ficou
Pros de longe e pros de perto.

Campos de concentração
Escombros de bombardeio
O país estava cheio
Do tom da destruição
Mas aquele cenário feio
Foi mudado de permeio
E surgiu bela nação.

A Alemanha moderna
Está encantando agora
A todos que vão de fora
Do Brasil, Japão ou Berna,
Como o sol da aurora
Que anima quem namora
Com uma beleza eterna.

Um povo trabalhador
Competente e decidido
Tanto faz ser um adido
Como um agricultor
Conhece o melhor sentido
Do trabalho aguerrido
Tudo ali tem seu valor.

A cultura preservada
Faz a história geral
A arte sensacional
E a música bem tocada
Não tem presteza igual
Pois é mesmo o ideal
Até para a criançada.

O sol também colabora
Com o desenvolvimento
Só se põe por um momento
Estranho para os de fora
Olhando no firmamento
Esperam pelo relento
Ele se pôr às dez horas.

A lua, por sua vez,
Ali nasce atravessada
Assim em toda jornada
Das fases de todo mês
Dizem que é engraçada
Mas faz parte da morada
Quem estranha é o freguês.

Mas andar na Alemanha
É como viver a história
Tem ainda muita glória
Muitos casos e façanhas
Museus, castelos, vitórias,
Nada de coisa simplória,
Nem de nocivas barganhas.

Goethe, Marx, Gutemberg,
Ludwig, quanta gente,
Luthero, homem tão crente,
E o símbolo Nurenberg,
Tudo passa em minha frente
Que emoção diferente
Talvez você não enxergue.

Berlin, mais simbologia,
Brandenburgo, seu portão,
O muro, tanto aflição,
Lutas de ideologia,
Agora uma só nação
Feliz num só coração
Tudo por um novo dia.

Nesse cenário de vinho
O Futebol jogam bem
Nunca esnobam ninguém
E respeitam a Canarinho
Mas agora o seu porém
É saber que não contém
Os chutes de Ronaldinho.

País de tanta emoção,
Adoro a Alemanha,
Se lá o Brasil não ganha,
Digo que não faz mal vão,
Ninguém esquece da Espanha,
Pois depois de tanta manha,



Composição: Andre e Jose Silveiro Calbuerco





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