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Biografia de Darvin

Ralando no cenário underground desde 1997, a banda Darvin acaba de conquistar mais um degrau em sua vitoriosa carreira: o lançamento de seu primeiro disco oficial por uma grande gravadora, a EMI Music. Formado pelos guitarristas e vocalistas Thiago e André, o baixista Rá e o baterista Dudi, o quarteto carioca mostra no trabalho que suas influências vão muito além de nomes como Blink 182, Nofx, Millencolin, Mxpx, Denver Harbor e Belvedere, entre outros, graças aos ricos cromatismos harmônicos e às caídas diminutas, que diferem seu som das demais bandas ditas punk rock da atualidade.

Ao longo dos últimos anos, o grupo participou de shows importantes, com lotações esgotadas em casas de espetáculos como o Claro Hall, na Barra da Tijuca, no Rio, onde tocaram para 8000 pessoas; o Hard Rock Café, também na Barra, para 3000 pessoas, e a Boate Raio de Sol, na Tijuca, para aproximadamente 2200. Além disso, eles abriram as apresentações do grupo Yellowcard, que, em agosto de 2005, lotou a Fundição Progresso, no Rio, e a Via Funchal, em São Paulo.

Recentemente, depois de lançar discos independentes, que conquistaram enorme reconhecimento junto ao público, o Darvin caiu nas mãos e nas graças do tarimbado produtor musical Carlo Bartolini, um colecionador de discos de ouro, que já trabalhou com grandes artistas como Os Paralamas do Sucesso e Nando Reis, entre outros. O resultado dessa parceria culminou em uma produção impecável, que valorizou ainda mais a qualidade de suas canções. E vamos a elas.

Homônimo, o disco começa muito bem, com o pau quebrando no single É Tão Raro, autobiográfico, que fala de um relacionamento problemático entre o vocalista Thiago e uma ex-namorada. Com um forte riff de abertura e uma levada quebrada, ele serve como um excelente cartão de visita para os garotos. Noite No Cais, a faixa seguinte, é a mais antiga deles. Feita em 1999, sua letra transpira a inocência vivida naquela época. Seu refrão, aliás, é, até hoje, um dos mais cantados pela galerinha que curte o som do Darvin.

Composta recentemente, enquanto fechavam o repertório, Doha traz uma letra madura, que faz referências a uma série de filmes. Ao contrario dela, Duas E Meia é outra velha conhecida do público. Apesar de ter uma harmonia recheada de acordes diminutos e dissonantes, sua melodia é de fácil aceitação. Tanto que, ao ser lançada na Internet, como single do primeiro disco independente do Darvin, teve mais de 100.000 downloads em pouquíssimos meses.

Outra bela canção do trabalho, 9 Primaveras fala sobre um relacionamento entre uma menina de 15 anos e um rapaz nove anos mais velho. Pesada, porém, na medida certa, a faixa também tem uma harmonia rica em modulações, regida pelas excelentes guitarras de Thiago e André.

Gravada originalmente em formato voz e violão, Apague A Luz recebe nova coloração com a entrada de sintetizadores, guitarras e rufos de bateria. Essa é também uma das queridinhas dos fãs da banda e traz números que comprovam sua popularidade. Mais de 250.000 downloads e uma pauta no Ya! Dog, da MTV.

O universo feminino é novamente relatado pelo quarteto em Até O Amanhecer, que fala da tristeza pelo fim de um longo relacionamento. Passando bem longe da simplicidade dos três acordes de músicas do gênero, ela abre as portas para a ultra-pop De Alguma Maneira, a última a ser composta para o CD.

Retranca tem um clima bacana de festa e conta a história de um cara que está doido pra chegar aos finalmentes com sua namoradinha, enquanto 112 quebra o clima de farra para falar de uma amizade que se foi com o tempo e a distância. A veia punk de Flashes, aditivada com a dissonância de seus acordes, são o ponto alto do trabalho, que encerra com Podia Ser Pior, composta originalmente em ritmo country. Fechando a tampa, o clipe de É Tão Raro marca presença.

Vale lembrar que, mesmo sem ter o respaldo de uma major, até então, a popularidade do Darvin sempre foi gigantesca. Em comunidades no Orkut, o número de fãs do grupo ultrapassou os 40 mil integrantes - pessoas dos quatro cantos do país. No My Space, até hoje, eles já foram visitados por mais de 6000 pessoas e ouvidos por cerca de 4000. E agora é hora de a história continuar, claro, com muito sucesso. Mas fica aqui a pergunta: onde será que esses meninos vão parar? Simples resposta: longe, bem longe, com certeza.