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Indesculpável

DigitalBomb

Vida e morte, frio, calor, paz e guerra, alívio e dor
Preto e branco, ódio e amor, rico e pobre, meu senhor
Tudo junto e misturado vivendo lado a lado, parece apaziguado, é triste
Segue mudo, calado, trancado, fechado num mundo por cicatrizes

Cada um no seu corre, envelhece e morre, sem tempo pra fazer história
Em horário nobre, a vida escorre e o mundo gira lá fora
Não para por nem um minuto, não perdoa soldado fajuto
Que bate no peito, diz que é guerreiro, mas que no fundo tem medo de tudo

Aceitamos falhas, pessoas canalhas e perdoamos os erros
Se cometidos pela pessoa que vemos na frente do espelho
Caso contrário julgamos e somos cruéis na sentença
Vamos contra o nosso juiz, mas torcendo pra que ele vença

Cada dia uma máscara de acordo com a ocasião que a vida pede
Maquiagem, roupa de marca, disfarça a ferida que há tempos já fede
Que aumenta, que sangra, que infecciona a cada dia que passa
Mesmo sabendo o certo a fazer, ouvimos o mundo dizer não faça

Não posso continuar me escondendo de ti
Me sinto indesculpável diante de tudo que vi
Preciso das suas mãos pra me salvar agora
Minha carne já se calou, mas minha alma implora

Não posso continuar me escondendo de ti
Me sinto indesculpável diante de tudo que vi
Preciso das suas mãos pra me salvar agora
Quero sair de mim mesmo, ver a luz ai fora

Andamos na contramão de tudo o que chamamos de certo
Quando ninguém tá olhando é que, erramos achando que somos espertos
Seguimos a vida em paz enrolando, enganando o mundo inteiro
Perito em enganar, começa a carreira primeiro enganando a si mesmo

A gente mente, engana, odeia, ama, fala, cala e reclama
Atuando nesse drama, entediando mais a trama
Sem pausa ou stop, a imagem que se move é em tempo real sem corte
A vida é o ibope, é os fracos e os fortes e o que não é seu continua em desfoque

O importante é que você tá de pé, afinal sabe bem como é
Se importar com os outros, te faz mais um tolo, bondoso, amoroso, só mais um mané
O importante é manter a aparência, correr de acordo com a crença
Viver uma vida podre, fedida, mas que os de fora não veja problemas

Mentimos tão bem que o tempo passa e até a gente acredita
Confiamos em nós e na nossa verdade, mas nossa verdade é mentira
O espírito agoniza, enquanto do lado a alma sozinha engorda
Filosofia de vida, mas que na verdade já nasceu morta

Não posso continuar me escondendo de ti
Me sinto indesculpável diante de tudo que vi
Preciso das suas mãos pra me salvar agora
Minha carne já se calou, mas minha alma implora

Não posso continuar me escondendo de ti
Me sinto indesculpável diante de tudo que vi
Preciso das suas mãos pra me salvar agora
Quero sair de mim mesmo, ver a luz ai fora

Composição: DigitalBomb






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