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A Moda da Marrequinha

Dino Franco E Mouraí

Lá no bairro onde eu morro quase sempre ouvia
Um casal de marrecos na beira do rio
Quando o sol esquentava os dois se aqueciam
No calor da tarde nos dias de frio.

Certa vez o marreco afastou-se pra longe
Em busca do ninho que ele construiu
Um malvado gavião que estava de ronda
Pegou a marrequinha e ele não viu

Quando o pobre marreco voltou pra levar
A sua companheira pro ninho que fez
Só encontrou penas rodando nas águas
A tal marrequinha sumira de vez

Muito aflito ele voa subindo e descendo
A margem esquerda do rio Quinta Reis
E o pobre marreco ficou no abandono
Chorando pra sempre sua viuvez

Desse caso amoroso ficou uma lenda
Que ainda os barqueiros comentam demais
Quando o rio transborda os patos recuam
Mas os marrequinhos unem os casais.

E nas grandes vazantes os bandos se escondem
Alerto as negácias dos gaviões rivais
Lamentando a má sorte daquela marreca
Que um dia partiu e não voltou mais.

Eu também tive um caso muito semelhante
Que é o caso da ave que o gavião levou
A minha companheira fugiu do meu rancho
E muito triste sozinho me deixou.

Bem por isso me cuido dos gaviões calçudos
Por certo algum deles foi quem me roubou
Pois a minha cabocla, marreca selvagem
Um dia partiu e também não voltou.

Composição: Danúbio Prado / Dino Franco





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