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Zé Pedreiro

Djalmonte

Todas as noites lá do meu apartamento,
Eu fico olhando a vida simples da favela,
Apago as luzes pra que o mundo não me veja,
E fico ali horas e horas na janela...
O Zé pedreiro que lá vem trançando as pernas,
Faz zig-zag, mas não erra seu portão,
Vem sua amada com o filhinho no colo,
Eles se abraçam e entram no barracão.

Para o seu filho ele trouxe pirulitos,
Pra sua amada trouxe balas de hortelã,
E nessa cena rotineira de favela,
Para ela Zé pedreiro é seu galã...
Para ele sua amada é uma rainha,
E o seu barraco é um castelo de marfim,
Eu lá de cima vendo aquele paraíso,
Quisera Deus que eu tivesse a vida assim.

Que me adianta luxuoso apartamento,
Aqui tão alto quase perto do luar,
Se eu não trago pirulitos e nem balas,
Se eu trouxesse não teria pra quem dar...
O Zé pedreiro que é feliz em sua vida,
Com seu barraco, seu filho e sua amada,
O Zé pedreiro é rico em sua morada,
Eu na riqueza tenho tudo e estou sem nada.

Composição: Anair de Castro Tolentino/Joao Benedito Urbano/Jose Caetano Erba





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