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Gabriela, Cravo e Canela

Dominguinhos do Estácio

Foi na Bahia
Na cidade de Ilhéus
Que surgiu um grupo de sertanejos
Fugindo da seca do sertão
Junto estava Gabriela
Maltrapilha com uma trouxa na mão
E a poeira escondendo
Todo o seu encanto e sedução
Nacib ao contratá-la não esperava
Que ela fosse tão bela
E a retirante sertaneja
Tivesse as mãos tão divinas e habilidosas
Nos saborosos quitutes da Bahia
Nacib exclamou com tanta beleza que via

Tão bela, ô tão bela
O cheiro de cravo e a cor de canela

Ele se apaixonou
E com ela se casou
Gabriela moça pobre do sertão
Gostava de cantiga de roda
E de dançar com os pés no chão
Festejava o ano novo
No salão mais rico de Ilhéus
Quando passou a Pastorinha
Festejando reisado a cantar
Gabriela abandonou luxo e riqueza
Saiu correndo, pegou o estandarte e foi pular
Toda aquela gente importante
Foi para a rua com ela festejar
Mais uma vez a mulata
Demonstrando seu valor
Uniu pobres e ricos
Com a força do amor
Toda a cidade de Ilhéus
Comentava o idílio de Gabriela
Mas Nacib compreendeu
Que ela era uma flor
Nasceu para enfeitar a vida
De prazeres e de amor






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