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Ainda É Noite

Dwelling

Vivo a minha hora do lobo.
Cada segundo sugere um ano que se arrasta, lentamente,
pelas ruas, pelos becos, do meu inferno.

Ouço a tirania do silêncio.
O arpejo da madrugada tarda e suspende os meus sentidos
sob a chuva, sob o vento, do meu inverno.

Sonho a liberdade que me falta.
Esqueceram-se as calçadas e os passeios ao fim da tarde,
entre as paredes de um claustro eterno.

Trato a saudade que carrego.
Um beijo delicado estende-se, sublimado numa breve memória que desperta o tumulto interno.






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