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Biografia de Enrico Caruso

Nascido em Nápoles, Itália, em 25 de fevereiro de 1873 Enrico Caruso é considerado o maior tenor de todos os tempos.

Até mesmo o grande Luciano Pavarotti nunca ousou comparar seu talento ao de Caruso.

De origem pobre, Caruso teve suas primeiras aulas de canto com o maestro Vicenzo Lombardini e começou cantando serenatas, para ganhar algum dinheiro ajudando no sustento de seus 6 irmãos. Sua estréia cantando ópera foi em 15 de Março de 1895, em um teatro simples de sua cidade natal.

Após 2 anos apresentando-se em cidades do sul da Itália, Caruso participou de uma audição com o maestro Giacomo Puccini, que estava em busca de um tenor para o papel principal de sua nova ópera, la Boheme. Puccini ficou tão impressionado com a voz do jovem Caruso que, diz-se, perguntou-lhe "quem o enviou para mim? Deus?".

Seu primeiro contrato de gravação foi em 1902. Firmado em Londres, com a Gramophone and Typewriter Company, gravou 10 árias de óperas. Sua gravação de Vesti La Giubba - ária principal da ópera Pagliacci, de Leoncavallo, vendeu mais de 1 milhão de cópias. Pela primeira vez na hístória o canto lírico atingiu esse sucesso e popularidade. Caruso foi um dos primeiros cantores a produzir discos em larga escala.

Neste mesmo ano, fez sua estréia no tradicional tearo Convent Garden, no papel do Duque de Mantova, da ópera Rigolletto, de Giuseppe Verdi.

Com a ajuda do banqueiro italiano Pasquale Simonelli, em 1903 Caruso foi a Nova York pela primeira vez. Em Novembro, estreou no Metropolitan, onde se apresentaria nas próximas 18 temporadas, somando um total de 607 apresentações em 37 papéis diferentes, muitas vezes sob direção do legendário Maestro Artuto Toscanini. De 1903 a 1920, Caruso apresentou-se no Met em todas as noites de abertura de temporadas, exceto em 1906, quando teve que cancelar sua apresentação por problemas particulares.

Na metade da década de 1910 Caruso já era conhecido e apreciado no mundo todo.

O alcance de sua voz era grande, desde as notas baixas - características da voz grave de barítono - até as notas mais agudas, combinada com grande capacidade de pronúncia e interpretação. É considerado, por muitos, como o agudo mais potente da história da ópera.

Sua gravação mais lendária é de 1904, Una Furtiva Lacrima, de Gaetano Donizetti. O papel de Canio, nesta mesma ópera, é considerado o mais marcante de sua carreira.

Além da ópera, Caruso incluiu em seu repertório uma diversidade de canções napolitanas, popularizando-as pelo mundo afora. Paolo Tosti, compositor deste tipo de canções, chegou a compor especialmente para a voz de Caruso. Depois dele, os tenores italianos passaram a incluir as populares "canzonetas" em seu repertório.

Graças ao seu relacionamento com a indústria fonográfica, sua voz foi registrada em inúmeras gravações que, hoje, puderam ser recuperadas digitalmente, eternizando o seu talento único.

Seu repertório incluia aproximadamente 60 óperas, em sua maioria em italiano, apesar dele ter cantado em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal.

Apesar de seu gosto pelas canções napolitanas, logo no inpício de sua carreira Caruso não foi bem recebido em Nápoles, jurando nunca mais se apresentar lá. De fato, ele não voltou a se apresentar na sua cidade natal.

Faleceu em Nápoles, em 2 de agosto de 1921, de complicações após contrair pneumonia.