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Nº 2 - 6º Andar Frente

Fernando Tordo

No tom de sempre dizes que me queres falar
Vou no caminho e sei tão bem que vou para o fim
Nestas alturas o telefone é transparente
Nem precisava de te ver mas mesmo assim...
Só sei que desta vez vou por aí.

Desejo entender tudo claro. assimilar
Como será o teu final, redondo não
Estás mais bonita ou é a maneira de olhar?
Em ti tudo na mesma, em mim é que não
Pois é. tu estás na mesma, eu é que não

Soltas a frase que é o meu mundo ao contrário
Soltas a frase que afinal é a verdade
Soltas a frase de não quereres que seja mais
E eu aprendo e prendo o inverso da saudade

Definitiva como sempre a hesitação
Fez mais por ti do que por mim, fugi-lhe bem
Tu hesitaste em dizer não, isso doeu-me
Eu disse não à hesitação, desembarquei:
Ao menos desta vez não magoei

Pensando bem antes agora que mais tarde
Muito melhor é estar contigo sendo ausente
Dizer que este amor é de nenhuma parte
Nunca viveu no vinte e três que foi da gente
Nem é o número dois sexto andar frente...

No elevador lá veio a angústia sorrateira
Pôr muito eco nesse som que ainda há
Da minha frase de partida derradeira
- deixa-te estar, eu vou lá abaixo e volto já
Eu vou ali abaixo e volto já...

Na dor de sempre, nunca mais te ouvi falar
Ficou bem claro que tinha chegado o fim
Nestas alturas o silêncio é transparente
Gostava tanto de te ver mas mesmo assim...
Só sei que desta vez acordo aqui
Só sei que desta vez acordo aqui






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