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Ser Assim

Fernando Tordo

Eu escrevo nas minhas memórias o passar dos anos
inscrevo nas minhas vitórias as perdas e danos
eu gravo em discos de lama o crime perfeito dos erros de mim
mais os desenganos....
não há dinheiro que pague o poder ser assim.

Eu escrevo a minha visão da mágoa de tudo
inscrevo no sonho lavado o sinal que não mudo
eu canto o princípio que quero fazendo um desenho
com forma de fim mais o conteúdo
não há dinheiro que pague o poder ser assim.

vale mais um pássaro no ar
que dois prisioneiros.
olhar apenas por olhar
é pior que não ver.
se um lago é o contrário de ilha, mas há tantas
ilhas com lagos por dentro... certeza de mim:
não há dinheiro que pague o poder ser assim.

Traduzo de várias maneiras o mesmo que digo
inscrevo num único rumo o canto que sigo
eu faço assim tal e qual o dôce imperfeito
do amargo de mim o bem e o mal
não há dinheiro que pague o poder ser assim.

remeto em cartas abertas
a vida fechada.
lacrada com mundos e fundos
de nada querer.
já disse que sou doutras coisas mandando palavras
que chegam por fim... manias de mim
não há dinheiro que pague o poder ser assim.

Composição: -





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