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Biografia de Fhatima Santos

Alagoana de São José da Laje. Ainda novinha mudou-se para Maceió onde seu pai foi trabalhar na CHESF (Companhia Hidro Elétrica de São Francisco). O pai, como encarregado das Substações, mudou-se para a cidade de Milagres no Ceará onde moraram oito anos. Em Milagres Fhatima estudou no Externato São José e depois passou para um colégio maior de freiras, que era misto, chamado Patronato e Escola Normal D. Zefinha Gomes e foi dai que começou a cantar. No colégio existia um auditório, onde os alunos se apresentavam com peças teatrais, poesias, músicas, entre outras. Havia também a banda formada só por mulheres que se apresentavam no dia 7(sete) de setembro em comemoração a Independência do Brasil.
Seu pai adoeceu de caxumba e para não ficar sem fazer nada comprou um violão e revistas que, antigamente, chamavam-se “Vigu “ou” Método Para Ensino de Violão”. Ele ficou bom da enfermidade, mas não aprendeu a tocar. Fhatima então adoeceu e pegou o violão, onde aprendeu rapidamente como tocar. Estava no seu sangue a música.
Desde então não parou mais, vivia com o violão até esquecia-se de comer. Gostava de ouvir os discos de seu pai, brincando que era o maestro regendo um concerto, imitando e sentindo todos os sons dos instrumentos que existia na música. Tai sua paixão por melodias e harmonias. Na época não se importava com a poesia.
Mais uma vez seu pai muda-se, indo para Fortaleza definitivamente.
Fhatima, a filha mais velha, junta com seus seis irmãos (Cinco mulheres e dois homens), foram matriculados no Colégio Júlia Jorge, onde conheceu colegas que se interessavam por música e com eles foi aprendendo mais, o que levou a ter muitas faltas em sala de aula para poder aprender o que mais desejava: a música.
Começou a cantar na noite muito jovem a convite de um colega violonista, Vicente Menezes. Sua estréia foi no Bar Atlântico que ficava na praia de Iracema. Nessa época por causa da idade seu pai a acompanhava. Depois disso começou a ser chamada para outros bares como “IL Fornello”, “Piano Bar V Whisky”, “Piano Bar My Way”, “Cassino Guarany”, “CÊ que Sabe” e muitas outras casas que ofereciam música ao vivo. Nessa época engravidou de sua filha Marina, motivo pelo qual deixou de conhecer outros lugares como São Paulo, onde tinha recebido o convite para cantar em uma casa muito famosa da região, mas resolveu curtir sua gravidez em casa junto com seus pais, pois não tinha experiência o suficiente para ficar longe da família naquele estado que se encontrava.
Em 1986, fez um show intitulado “Aos Nossos Filhos”, produzido por César Barreto e acompanhada pela Banda Sinal Verde que era formada por Carlinhos Patriolino, Pantico, Miguel e Nilton Fiore.
Nesse mesmo ano saiu de Fortaleza e foi morar com a família de seu pai em Maceió onde foi apresentada em vários lugares e logo começou a trabalhar no “Piano Bar Seandros”, onde permaneceu quatro anos. Depois se apresentou no “Calabar”, “Hotel Jatiúca” (permaneceu quatro anos), ”Feline Bar”, “Manzuá”, “Marina Morena”, “Teatro Deodoro”(onde recebeu o Certificado de Honra ao Mérito), participou do “ Projeto Pixinguinha” local onde foi janela de Leny Andrade, etc.
Ainda em Maceió, 1987, engravidou do seu filho Cainã e, diferentemente da primeira gravidez, resolveu permanecer sozinha para poder amadurecer e acabou por aprender muitas lições de vida. Isso fez com que ela crescesse espiritualmente, assumindo seu verdadeiro “eu”.
Passado 10 anos, retorna a Fortaleza tentando recomeçar sua vida musical, mas não foi fácil. Enquanto tentava conquistar novamente seu espaço na noite, buscou de outras maneiras seu sustento trabalhando como cabeleireira, costureira, sacoleira, decoradora de festas infantis, etc. E depois de muita luta surgiu à oportunidade que sempre desejou, foi contratada para trabalhar em um bar chamado “Estudantina” pelo amigo Luciano Franco, o que abriu as portas para novas oportunidades. Participou pela primeira vez a convite de Luisinho Duarte, baterista, da gravação do cd “No Ceará é Assim”, cantando a música “Apaixonadamente” de Francis Vale e Stélio Vale e depois regravada pelo Fagner.
Em seguida foi convidada a trabalhar em um bar que foi muito importante para seu reconhecimento profissional, o “Caros Amigos” de Nelson Vilela, onde permaneceu por quatro anos. E assim começaram a surgir vários convites para outros bares e eventos culturais da cidade como “Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga” (onde participa até hoje), “Festival de Musica” (Viçosa – CE), “Festival das Flores” (Pacoti-Ce), “Festival do Scargot” (Taíba-Ce), “Festival de Música do Cariri”, aniversário do Centro Dragão do Mar. Além de vários shows produzidos por ela mesma como uma temporada de homenagem a Chico Buarque (SESC Emiliano Queiroz) onde foi recorde de público tendo como convidado especial José Luiz Mazziotti, outras homenagens a Noel Rosa, Tom Jobim, Adoniran Barbosa, show “Só Vinicius” junto com Fernanda Quinderé e José Luiz Mazziotti, show em homena.