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O Rap

Fora do Habitat

Manipularam informações, vibrações e as energias
Sobrecarregaram alucinações, mas nunca entenderam a porra da filosofia
Eles nunca entenderam a porra da filosofia!
O rap não é antropofagia
Pra mim tá mais pra obsessão, rota de fuga, vicio, mania
Mas é o ganha pão de várias famílias
A salvação pro meu "eu naufrago" nessa ilha perdida das águas salgadas da pia
É mais respeito pras minas que sofrem com o preconceito e a sociedade humilha
(o rap é nossa volta por cima)

Do lado de fora do habitat, eu não vim pra tragar a sua ideologia
Chama nois pra produzir que o pensamento é orgia
Ejacularam ideias do lado de fora não fecunda nossa dramaturgia
Poesia ameniza e afasta agonia
Filantropia, confesso que to mais que convencido, é utopia
Alice no pais das maravilhas, mas o meu mundo continua o de sofia
O som eu deixo pra quem sofre, sofria, sorria
Procura estrada segue e caminha
Se não for o seu padrão mano então cria ce tem que suar a camisa
Lembrando sempre que ela é sua, magnetiza suas malícia
Vê se usa elas pro bem as pessoas não são assim tão vazias
Ultimamente elas estão muito é mal preenchidas
E não generaliza tambem, meu bem, eu falo daquelas grandes maiorias
Somos uma minoria, porque somos RAP GOIANO essa é a nossa contribuição
Goiânia, Goiás, Centro-Oeste de coração.

Disseram "ce não é favela" há não sabem minha história
Quando ce quis entrar eu já tinha saído dessa escola
Já quis não discutir, ficar longe de brigas
Eu procurei amizades mas a caneta é minha melhor amiga
Antes de falar besteira, saiba de onde vim
Sem rua asfaltada pobreza colada a mim
Tira vantagem sua face é uma farce
Não se ilude com o sucesso porque tudo é fase
Conquista o seu, faça você o seu nome
Respeite quem te representa, minha arma = meu microfone
A rima não falha só digo o que sinto
Já vi e já falei que ostentação não é comigo

Quantos terão a marra maior que o conteúdo
Meus versos atinge quem deveria ter nascido mudo
Não fui um médico, nem um advogado
Ce colhe o que planta, ando no busão lotado
Diga o que quiser, a rua é uma escola
Hã, mais um muleque troca o livro pela bola
As contas no fim do mês provocam insônia

O papel fala mais alto o que importa é o diploma
Pra fugir o opressão ou repressão
Eu faço versos pra me esquivar da depressão
Respeite quem for, não importa a cor
O pesadelo da convivência ou filme de terror?
Horror, ator, acode mentes sem metas
Assim como ajuda e perdoa pessoas sem ética
Muita calma sem pressa sem apavoro

Choro quando vejo que metade do povo não deve almoço
Eles ligam pro empreendimento, eu pro conhecimento
Ando contra o vento, vê se não vacila Deus tá vendo
Se acabou já era não adianta mais tentar
A regra das ruas é não dar sorte ao azar

Composição: Antonio Victor






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