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Cadeira Vazia

Francisco Alves

Entra, meu amor, fique a vontade,

E diz, com sinceridade,

O que desejas de mim,

Entra, podes entrar, a casa é tua,

Já que cansaste, de viver na rua,

E os teus sonhos chegaram ao fim.



Eu, sofri demais, quando partiste,

Passei, tantas horas triste,

Que nem devo lembrar esse dia,

Mas, de uma coisa, podes ter certeza,

O teu lugar, aqui na minha mesa,

Tua cadeira ainda está vazia !




Tu és, a filha pródiga que volta,

Procurando em minha porta,

O que o mundo não te deu,

E faz de conta que eu sou teu paizinho,

Que a tanto tempo aqui ficou sozinho,

A esperar, por um carinho teu.




Voltaste, estas bem, estou contente,

Só me encontraste um pouco diferente,

Vou te falar, de todo o coração:

Não te darei carinho, nem afeto,

Mas pra te abrigar, podes ocupar meu teto !

Pra te alimentar, podes comer meu pão !
(Bis a 3ª e 4ª)

Composição: Francisco Alves





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