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Biografia de Francisco Carlos

O cantor e compositor Francisco Rodrigues Filho, verdadeiro nome de Francisco Carlos, nasceu no Rio de Janeiro/RJ (5-4-1928 - 19/03/2003). Sua família transferiu-se para o Recife, onde permaneceu até 1939. De volta ao Rio de Janeiro, Francisco completou os estudos diplomando-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes.

Ainda em sua época de estudante, apresentou-se no Programa Casé da Rádio Mayrink Veiga. Ao longo da vida dedicou-se ao canto e à pintura.

Seu primeiro contrato profissional foi assinado em 1946 com a Rádio Tamoio. Pouco depois, Francisco Carlos passou atuar na Rádio Globo. Gravou seu primeiro disco em 1949 gravado pela Star registrando os sambas canção "Abandono", de César Formenti Neto e "Distância", de Fernando Lobo.

Em 1950, Francisco Carlos ingressou na RCA Victor e registrou em seu primeiro disco na nova gravadora a marcha carnavalesca "Meu Brotinho", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga com a qual alcançou grande sucesso e o samba "Me Deixe em Paz", da mesma dupla de compositores. Nesse mesmo ano, participou dos filmes "Aviso aos navegantes", de Watson Macedo, cantando o samba "Rio e Janeiro", de Ary Barroso, "Não é nada disso", de José Carlos Burle e "Carnaval no fogo", no qual interpretou a marcha "Meu Brotinho". Foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Ainda no mesmo ano, gravou o samba canção "Você não sabe amar", de Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima e o bolero "Timidez", de Oldemar Magalhães e Humberto Teixeira.

Em 1951, Francisco Carlos gravou o samba canção "Abolição", de Wilson Batista e Orestes Barbosa, o baião "Girassol", de Humberto Teixeira, a valsa "Seremos felizes", de Gomes Cardim, Lela e Airton Amorim, o samba "Foi milagre", de Nássara e Wilson Batista e a marcha "Carnaval é ilusão", de José Roy e Abelardo Barbosa, o conhecido apresentador "Chacrinha", entre outras.

Em 1952, Francisco Carlos participou do filme "Carnaval Atlântida", de José Carlos Burle, no qual interpretou "Quem dá aos pobres", de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. Ainda em 1952, foi eleito o melhor cantor do ano, superando Francisco Alves na votação dos ouvintes. Também no mesmo ano, gravou os sambas canção "Vá embora", de Roberto Faissal, "Postal de Olinda", de Fernando Lobo e Manezinho Araújo, "Não sou de reclamar", de Lupicínio Rodrigues e "Mulher de minha vida", de Humberto Teixeira. Ainda no mesmo ano, gravou os frevos canção "Nos cabelos de Rosinha", de Capiba e "É de toda mulher...", dos Irmãos Valença.

Em 1953, Francisco Carlos gravou da dupla Lourival Faissal e Getúlio Macedo o samba canção "Primeiro amor" e o samba "A saudade eu vou levar". No mesmo ano, gravou a marcha "Promessa a São João", de Paquito e Romeu Gentil e a valsa "Não custa você voltar", de René Bittencourt. No ano seguinte, registrou de Joubert de Carvalho, o fox canção "Quando eu partir", a canção "Dia feliz" e as marchas "Viva São Paulo" e "Marcha das bandeiras". Gravou também, de Lamartine Babo e Alcyr Pires Vermelho, a valsa "Alma dos violinos" e de Georges Moran e Carlos Barros o bolero "Ela me beijava". Em 1955, gravou o tango "Última Taça", de Vicente Amar e J. Vieira. No mesmo ano, gravou em dueto com Ester de Abreu a marcha "Moreninha de Lisboa", de Irani de Oliveira e William Duba.

Em 1956, participou do filme "Colégio de Brotos", dirigido por Carlos Manga. No mesmo ano, registrou as marchas "Lá vem ela sambando", de Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Mário Barbato e "O que Deus me deu", de Paquito, Romeu Gentil e Airton Amorim e o samba canção "Guerra de nervos", de Raul Sampaio e Osvaldo Aude. Gravou também os clássicos sambas "Favela", de Hekel Tavares e Joracy Camargo e "Agora é cinza", de Bide e Marçal. Em 1957, gravou o samba canção "Ele bebe, ele é louco", de Miguel Gustavo e o bolero "Porque brilham os teus olhos", de Fernando César. Atuou ainda no filme "Garotas e samba", de Carlos Manga. No mesmo ano, foi eleito "Rei do Rádio" recebendo 363.770 votos, sendo ainda considerado por uma revista especializada como o cantor mais querido do Brasil naquele momento.

Ao longo da carreira, Francisco Carlos gravou alguns frevos canção como "É rim", de Sebastião Lopes e "Pra mim chega", de Capiba, registrados em 1958, mesmo ano em que atuou no filme "Esse Milhão é Meu", dirigido por Carlos Manga no qual cantou "Flor Amorosa", de Catulo da Paixão Cearense e Joaquim Callado. No mesmo ano, foi eleito "Rei do rádio", recebendo o apelido de "El Broto", com o qual se consagraria junto à juventude da época.

Apresentava-se com o slogan "O Cantor Namorado do Brasil".

Em 1959, gravou para o carnaval a marcha "A Vedete do Ano", de Linda Rodrigues, Aldacir Louro e Geraldo Serafim.

Para o carnaval do ano seguinte, gravou a marcha "Moça que muito namora" e o samba "Carnaval vai chegar", ambas de Pascoal Roy e Rodrigues Filho. No mesmo ano, gravou a balada "Teu nome", de Ribamar e Osmar Navarro e o samba "Quando a esperança vai embora", de Tito Madi. Em 1962, excursionou à Europa com a V Caravana da UBC. No mesmo ano, gravou de sua autoria e Cleonice Maria o rock balada "Canção do Amor Perfeito". Em 1963, assinou contrato com a gravadora Chantecler e lançou a balada "Glória ao amor", de sua autoria e o samba "Foge deste amor", parceria com Paulo Rogério. Nessa mesma época, lançou o LP "O Internacional Francisco Carlos", pela Chantecler.

Abandonou carreira musical em 1970, passando a se dedicar à pintura, realizando várias exposições individuais e coletivas. Voltou, contudo, ao convívio dos admiradores para fazer participações especiais em shows de carnaval ou de reveillon, contratado pela Prefeitura do Rio de Janeiro.

No início da década de 80, Francisco Carlos tentou retornar à vida artística, a exemplo do que ocorreu com Cauby Peixoto, que ressurgiu no cenário musical com o sucesso "Bastidores", de Chico Buarque de Holanda. Mas não alcançou êxito e aposentou-se.

Francisco Carlos morreu em 19 de agosto de 2003, aos 75 anos de idade. Estava internado no Hospital do Câncer.