Gastão Marques Lamounier 22/4/1893 São Paulo, SP 28/1/1984 Rio de Janeiro RJ
Com cinco anos de idade sua família mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi aluno dos colégios Marista e Alfredo Gomes. Em 1919, formou-se pela Faculdade de Direito. Em 1926, foi nomeado corretor de mercadoria pelo governo paulista e abandonou a advocacia. Foi aluno de piano do professor Pizzarrone e posteriormente da viúva do compositor Alberto Nepomuceno para quem compôs o xote "Mimi". Na década de 1910, esteve na Suiça onde conheceu o compositor Franz Lehár. Chefe de família de músicos, sendo seu filho, Gastão Lamounier Filho colecionador e propagador de música popular no bairro carioca do Leme (Copacabana).
Compôs várias valsas que se tornaram famosas, e continuam a ser lembradas em muitas serestas, entre as quais, "Arrependimento", com Olegário Mariano; "E o destino desfolhou" e "Suave poema de amor", com Mário Rossi e "Há um segredo em teus cabelos", com Osvaldo Santiago. Em 1929, convidado pelo cantor Albenzio Perrone, ingressou na Rádio Educadora onde permaneceu por mais de dez anos, chegando a ser diretor artístico além de criar o "Programa Lamounier", no qual atuaram inúmeros nomes da música popular brasileira.
Fez com o poeta Olegário Mariano em 1930 o tango "Renúncia", gravado na Columbia pelo cantor Victor Abruzzini. Em 1931, teve a canção "Lá dos pampas" gravada na Victor pela cantora Jesy Barbosa, e a valsa "Não tardes" e a canção "Vovozinha", parcerias com D. Barbosa gravadas na Parlophon por Gastão Formenti. No mesmo ano, a Orquestra Guanabara gravou na Parlophon o tango "Príncipe de Gales" e a valsa "Arrependimento", e a cantora Jesy Barbosa regravou na Parlophon o tango "Príncipe de Gales" e lançou o tango "Impossível". No mesmo ano, Jaime Vogeler gravou na Odeon o fox-trot "Copacabana" e a valsa "Almas gêmeas". Em 1932, o samba "Um beijo não é pecado", com Valdo Abreu foi gravado na Victor por Jesy Barbosa, e a marcha "Está no papo" foi lançada por Artur Costa na Columbia, além das valsas "A valsa do meu amor" e "Fidelidade", com Paulo Gustavo, gravadas por Sílvio Salema na Parlophon.
Em 1934, já muito respeitado em toda a radiofonia carioca como um dos grandes autores de valsas do país, teve as valsas "A valsa do meu amor" e "Há um segredo em teus cabelos" gravadas pela Orquestra Odeon. No ano seguinte, a valsa "Há um segredo em teus cabelos" recebeu letra de Osvaldo Santiago e foi gravada por Sílvio Caldas que também gravou a valsa "Só nós dois", com Anuar Jorge. Em 1938, teve as valsas-canção "Resto de ventura" e "Como és linda sorrindo", parcerias com Mário Rossi, e as valsas "A quem culpar afinal", com Mário Rossi, e "Única ventura", com Anuar Jorge gravadas por Augusto Calheiros. Ainda no mesmo ano, suas valsas "Apoteose de estrelas", "Quando o amor chega ao fim", "Se esses olhos falassem" e "Por amor ao meu amor", com Mário Rossi foram gravadas por Albenzio Perrone na Victor. Requisitado pelos cantores em busca de repertório romântico, Albenzio Perrone gravou em 1939 a valsa "A vigília da lâmpada", parceria com Mário Castelar. No ano seguinte, nova parceria com Mário Castelar foi gravada por Albênzio Perrone, a valsa "Lição de amor".
Em 1941, sua composição "Copeba" foi gravada em ritmo de valsa e em ritmo de fox pela Orquestra do Cassino Atlântico. Em 1944, com Alencar Terra fez os arranjos para "Melodias infantis" gravadas ao acordeon por Alencar Terra na Continental. No mesmo ano, suas valsas "Um amor que se apaga" e "Não nasceste para mim", com Mário Rossi foram gravadas por Alencar Terra em solos de acordeom. Em 1945, o "Programa Lamounier" passou a ser apresentado na Rádio Nacional. Nessa época, sua carreira como apresentador de programas românticos na radiofonia carioca atingiu seu ponto mais alto.
Em 1952, sua valsa "Arrependimento" foi gravada ao acordeom por Antenógenes Silva. No ano seguinte, a valsa "Como és linda sorrindo", com Mário Rossi foi gravada por Augusto Calheiros. Teve a valsa "Cansei de esperar", com Clímaco César gravada por Albenzio Perrone, e as valsas "E o destino desfolhou" e "Assim acaba um grande amor", com Mário Rossi gravadas por Orlando Silveira e seu conjunto no mesmo ano.
Em 1960, sua valsa "Arrependimento" foi gravada por Jacob do Bandolim no LP "Valsas brasileiras de antigamente", da gravadora RCA Victor. Em 1968 gravou histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som, onde revelou ao diretor do MIS sua devoção absoluta à Virgem Maria, a quem teria dedicado muitas de suas composições inéditas até aquela data. Em 1972, o cantor Paulo Sérgio regravou a valsa "E o destino desfolhou" com novos arranjos que modernizaram a composição. Em 2004, no CD "Canções de antigamente" a cantora gaúcha Maria Lúcia regravou "E o destino desfolhou", parceria com Mário Rossi.
