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Deriva

Irineu De Palmira

Sei que há coisas impossíveis
Mesmo assim
Eu as quero
Pra você e pra mim

A vida é tão automática!
É fácil esquecer
Que milagres são possíveis
E nós é que os fazemos nascer

Se o desejo, como diz o poeta,
Faz o encanto da coisa desejada
Desdenhar, mas desejar, a impossível caça
Realiza a plenitude da caçada

Eu tenho um deserto pra atravessar
Eu tenho tanta sede pra saciar
Sede não sei bem de quê...
Talvez seja só a ânsia de experimentar

Meu dedo em seta
A desejar a final conquista
Pressente que nenhuma será a última

Esse meu andar à deriva às vezes me assusta
Resguardam-me as âncoras que tenho...

Um segundinho perto do impossível
Compensa a caçada sem a possível caça






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