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Que Medida

Ivan Reis

Uma lágrima lógica borra a palavra flácida
Depois do amor feito máquina
Se tropeça na pressa, se tortura na espera
Porque nunca será
O que não quer evitar
Há um som no subúrbio das dores sem lar
Pra lhe acalentar,
Há um mar de mercúrio no deserto do andar
E o seu edifício não quer lhe mostrar
Que juízo farão de você
Que juízo farão do seu par
Quando o sentimento mutila o prazer
E a esperança se põe a cantar?
Que medida terão do teu ser
Que medida terão do luar
Quando o corpo renega o querer
E à noite, deplora a chorar?

Se o desejo é sólido
E o veneno é pródigo,
O distante é próximo.
Pode gargalhar
Pode escarrar

Uma febre bêbada bebe seu naufrágio
Depois do amor feito plágio,
Se sangra na seda, se vende com ágio
Mas é labareda sob a tempestade
Se sobe à cabeça, pede que lhe esqueça
Só quer ser vitrine no chão da cidade

Uma lágrima lógica cora a palavra flácida
Depois do amor feito mágica
Que juízo farão de você
Que juízo farão do seu par
Quando o sentimento mutila o prazer
E a esperança se põe a cantar?

Composição: Ivan Reis / Miguel Viana





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