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Dos Ancestrais Até Aqui

Joca Martins

Vem o Rio Grande de tiro no cabresto do meu canto
E a minha voz eu levanto na evocação que aprendi
No borralho guarani que ainda mantem-se quente

No sangue da nossa gente dos ancestrais até aqui
No calor de um fogo grande o mate da madrugada
Com sangria desatada batizou a minha raça

E o tempo que vem e passa cada dia há de me ver
Teimando em renascer do picumã e da fumaça
Vim da invernada dos anos no rumo do tempo novo

E aqui encontro meu povo com traumas na identidade
Por isso a hostilidade
quando eu canto do meu jeito

Contra os que acham direito matar nossas verdades
O gaúcho manancial, vertente de inspiração
Respaldado de opinião, guitarreando se agiganta

E estremece quando canta,
senhor do próprio talento
Não tem preço o sentimento
que transborda na garganta

Há gente que não houve
estâncias neste canto de chão
Nem enxergam o galpão na estampa da voz trocada

Não andam na mesma estrada
dos gaúchos de a cavalo
Nem ouvem cantos de galo despertando a madrugada

Não são culpados aqueles
que não carregam no peito
Mas enxergam com respeito a tradição secular

E sim quem vive a explorar
fazendo os próprios apartes
Pseudos-donos da arte que teimam em nos governar!

Composição: Joao Luiz Nolte Martins/Volmir Correa Dutra





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