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Junto a Um Casal De Barreiros

Joca Martins

Um potreiro junto às casas
Pra cavalhada da encilha
Silhueta de estância grande

Mouras, gateadas, rosilhas
Se perfilando na forma
Aos gritos do peão ponteiro

No ritual velho campeiro
De embuçalar a tropilha
Um casal de “joão barreiros”

No galho da pitangueira
Que amanhaceu florecida
Com brilhos de primavera

Bombeiam longe seu rancho
Erguido junto à tronqueira
No costado da porteira

Portal de campo e espera
Num florão de pingo
Num trote chasqueiro

Se vai o campeiro
De novo pra lida,
O jeito de estância

A alma de campo
Saudade de um rancho
Num sonho de vida

Na volta da campereada
No fim de mais outro dia
Um mate bueno cevado

Com gosto de nostalgia
Quem sabe as almas do campo
Deixem a prenda na espera

Para me abrir a cancela
Com saudade e alegria
Quem sabe a tarde se finde

Num pôr de sol da campanha
E eu siga mateando manso
Bombeando ao largo o potreiro

Talvez por ser um fronteiro
Tenha o destino de tantos

Cuidar tropilhas e campos
Junto à um casal de barreiros.

Composição: Eduardo Soares / Joca Martins





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