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Pro Bem e Pro Mal

Jorge Claudius

Em dia cinzento eu me lembro eram quatro da tarde,
Fui surpreendido na porta por uma visita.
Tratava-se de um amor antigo que estava perdido,
Mas se percebia no rosto um louco sofrimento.

Olhei sua bagagem espalhada na escada do prédio,
Não sei definir nesta hora o que estava pensando,
Pois me coloquei no problema pro lado humano,
E o meu rosto sorriu transmitindo um gesto de bem-vinda...

E ela com mágoas passadas, trancadas no peito,
Pegou suas malas de couro manchadas de lama,
E suando pegou minhas mãos expressando carinho.
Me fez um convite com os olhos mais ou menos cama....

Mas me preocupou o lugar pois já estava casado,
E o meu sentimento também já estava acabado,
Mesmo assim não contive o convite da forma animal,
Me despi, entreguei o meu corpo pro bem e pro mal.

Amamos, nem sei se amamos, estava cansado,
O seu corpo marcado de dentes da minha boca louca,
Quando fui levantar pra beber ou fumar um cigarro,
Escutei o barulho das chaves da mulher amada,

E ela parada, sem vida, me olhava: um demônio,
Dos seus olhos escorriam lágrimas de fúria guardada,
E seu gesto detido mostrou seu orgulho humilhado,
E sua voz ecoou nas paredes: está tudo acabado.

E depois de silêncio marcado disse que me amava,
Destilava o veneno entre o choro e a solidão,
Me apontou um punhal que brilhava dentro dos seus olhos,
E todo aquele amor se fechou pro seu coração

Composição: REINALDO GONZAGA E SERGIO ANDRADE





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