×

Biografia de Jorge Faraj

Jorge Vidal Faraj
9/7/1901 Rio de Janeiro, RJ
14/6/1963 Rio de Janeiro, RJ

Aos 18 anos escreveu seu primeiro verso, "Brinde", inspirado pela predileção que tinha à literatura. Um ano depois, largou a profissão de mecânico para fundar um jornal semanário com amigos do bairro, "O Botafogo", e se tornar responsável pela seção de poesias. Dois anos mais tarde, foi servir ao Exército, sendo transferido para Campo Grande (MT) logo depois. Em 1928, um coronel chamou-o para dirigir o "Diário do Estado". Exerceu a função por dois anos, tempo durante o qual também editava a própria publicação semanal, "O Chicote". Retornou ao Rio de Janeiro em 1930 e, três anos depois, viveu sua única experiência teatral.

Em 1933, escreveu e atuou na peça carnavalesca "Bom bocado", que estreou no Cassino Beira-Mar, em janeiro de 1934. No mesmo ano, foi repórter e redator no jornal popular "O Avante" e conheceu num café o compositor e flautista Benedito Lacerda. Ali, o músico mostrou-lhe uma valsa a qual ele fez a letra, "Lela", gravada no ano seguinte por Jaime Vogeler, na Odeon. Também em 1935, Sílvio Caldas gravou na Odeon os sambas "O telefone do amor" e "Rainha sem trono" e Almirante, também na Odeon, a marcha "Cara bem boa", também com Benedito Lacerda. A parceria renderia ainda muitos sucessos à dupla.

Em 1936, Francisco Alves, co-autor da música, gravou "Tu deves ser das tais", na Victor. No mesmo ano, Carlos Galhardo lançou a valsa "Apenas tu" e Sílvio Caldas o samba-canção "Menos eu", ambas com Roberto Martins, na Odeon. No final desse, Almirante gravou para o carnaval seguinte a marcha "Palhaço também tem a sua vez", parceria com Benedito Lacerda. Em 1937, Carlos Galhardo gravou mais duas de suas parcerias com Benedito Lacerda: a valsa "É quase felicidade" e o samba "E a saudade ficou". Nesse ano, Sílvio Caldas gravou o samba-canção "Nunca mais", parceria com Roberto Martins e Nuno Roland o samba "Amor por correspondência", outra parceria com Benedito Lacerda. Ainda nesse ano, Orlando Silva lançou na Victor o samba "Rainha da beleza", parceria com Ataulfo Alves.

Em 1938, fez com Ataulfo Alves a valsa "Mil corações" gravada por Nuno Roland e com Benedito Lacerda a valsa "Rosário de lágrimas", também gravada por Nuno Roland e o samba "Professora", sucesso na voz de Sílvio Caldas. Ainda nesse ano, Nuno Roland gravou na Odeon o samba "Bem boa!"; Aracy de Almeida na Victor o samba "Quem mandou coração" e Mário Reis a valsa "Terceira valsa de amor", parcerias com Roberto Martins e Carlos Galhardo, também na Victor gravou na batucada "Mania de quem ama". Também nesse mesmo ano, fez sucesso com a valsa "Meu coração a teus pés" , que Orlando Silva gravou na Victor, parceria com Benedito Lacerda. Em 1939, Dircinha Batista gravou o choro "Moleque teimoso", com Roberto Martins; Jaime Brito, a marcha "Abre alas", com J. Piedade, Gilberto Alves gravou na Columbia a valsa "Duas sombras" e Carlos Galhardo fez sucesso na Victor com sua valsa "Último beijo", as duas últimas, parcerias com Roberto Martins. Também nesse ano, Sílvio Caldas gravou, seu maior e mais persistente sucesso, a valsa "Deusa da minha rua", com Newton Teixeira, cuja letra pode ser citada como exemplo de sua melhor poesia.

Em 1940, compôs com Custódio Mesquita o samba "Preto velho" gravado por Silvio Caldas e com Arlindo Marques Jr fez a marcha "Quantos somos?" gravada por Lauro Borges, os dois na Victor. Em 1941, Newton Teixeira gravou na Odeon a valsa "Onde estás primavera?", parceria dos dois, Zilá Fonseca gravou na Victor a marcha "A vontade do freguês", com Francisco Malfitano, Francisco Alves, também na Odeon, lançou o samba "Vivo bem na minha terra", com Gastão Viana e Rosina Pagã, a batucada "Pobreza não é defeito", com Antônio Almeida. Nesse ano, o samba "Eu trabalhei", com Roberto Roberti fez sucesso no carnaval na voz de Orlando Silva que o gravou na Victor. Em 1942, seu samba "Duas janelas", parceria com Wilson Batista foi gravada por Sílvio Caldas. Fez nesse ano, com João Batista de Oliveira o samba "Coitadinha de mim" gravado por Aracy de Almeida na Odeon. Em 1943, Newton Teixeira gravou na Columbia o samba "Onde está meu pensamento", com Antônio Almeida e o fox-trot "Não troquemos de mal", com R. Brito. Em 1949, Alcides Gerardi gravou o samba "Professora", com Benedito Lacerda. O samba "Estela", com Roberto Martins foi gravado por Alcides Gerardi no ano seguinte. Nelson Gonçalves gravou na RCA Victor em 1950 o samba "A beleza dos meus olhos", com Eratóstenes Frazão. Em 1951, seu samba-canção "Menos eu", foi gravado com sucesso por Sílvio Caldas na Odeon e o samba "Preto velho" foi regravado por Carlos Galhardo na RCA Victor. No ano seguinte, feaz com Isaias Ferreira e Alberto Jesus a marcha "Língua comprida" gravada por Joel e Gaúcho na Todamérica. Em 1953, fez com José Batista o samba-canção "Não devemos fugir" gravado na Odeon por Valter Levita e, com Wilson Batista, o samba-canção Nossa Senhora de Fátima", gravado por Déo e Trio Madrigal na Todamérica.

Em 1956, Newton Teixeira gravou na Columbia o samba "Professora suburbana", parceria dos dois. Em 1957, a marcha-rancho "Arlequim", parceria com Nelson Gonçalves e Rubens Soares foi gravada na RCA Victor por Nelson Gonçalves. Em 1963, sua valsa "Último beijo", parceria com Roberto Martins foi gravada por Gilberto Alves no LP "Gilberto Alves de sempre nº 2" da gravadora Copacabana. Em 1981, a valsa "Deusa da minha rua", com Newton Teixeira foi regravada pelo cantor Gilberto Alves no LP "O fino da seresta volume 2", da Bandeirantes/WEA.

Sempre dividiu as suas atividades de letrista com a de jornalista, tendo trabalhado em "A Gazeta de Notícias", "A Nota", "O Mundo Ilustrado", entre outros periódicos. Morreu no hospital da Curicica, Rio de Janeiro. Em 2003, o samba-canção "Não troquemos de mal", com R. Brito foi regravado por Marion Duarte no CD "Fonte de energia".