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Afetos

Jorge Rilson

Bendito o amor que infiltra n'alma o enleio
E santifica da existência o cardo,
Amor que é mirra e que é sagrado nardo,
Turificando a languidez dum seio!

O amor, porém, que da desgraça veio
Maldito seja, seja como o fardo
Desta descrença funeral em que ardo
E com que o fogo da paixão ateio!

Funambulescamente a alma se atira
À luta das paixões, e, como a Aurora,
Que ao beijo vesperal anseia e expira,

Desce para a alma o ocaso da Carícia
Ora em sonhos de Dor, supremos, e ora
Em contorço és supremas de Delícia!

Composição: -





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