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Biografia de José Messias

Nascido em Bom Jardim de Minas/MG no dia 07 de outubro de 1928, José Messias da Cunha é compositor, cantor, escritor, músico, radialista, apresentador e produtor de programas de rádio e televisão, além de jornalista, crítico musical e jurado musical em programas de talentos na televisão.

José Messias nasceu em uma família extremamente musical o pai, e o avô eram regentes de banda, o tio era trombonista. Aos 13 anos anos participou da banda de música da sua cidade natal e começou a compor músicas para o carnaval. Essa sua verve artística e musical o acompanha nas múltiplas facetas de expressão.

Na juventude José Messias mudou-se para Barra Mansa, e ali aprendeu os ofícios do circo em pequenas companhias locais. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro — onde participou de vários programas de rádio (entre os quais, "Papel Carbono", de Renato Murce). O programa Papel carbono foi inspirado num filme antigo assistido por Murce, que fez uma adaptação depois para o rádio.

José Messias estudou no Liceu de Artes e Ofícios uma escola profissionalizante brasileira de grande tradição fundada em 1856 pelo comendador Francisco Béthencourt da Silva sob os auspícios da Sociedade Propagadora das Belas Artes, a fim de difundir o ensino das belas-artes aplicados aos ofícios e à indústria, e voltado especialmente para os homens livres da classe operária.

Trabalhou no comércio, até que foi apresentado ao compositor e cantor Herivelto Martins, de quem veio a ser secretário. Com esse trabalho e o relacionamento no meio artístico várias oportunidades começaram a surgir, e José Messias chegou a substituir Grande Otelo em vários espetáculos.

Em 1952, José Messias conseguiu que fosse gravada a sua primeira composição: "Dança do Coça-Roça", (José Messias e Herivelto Martins) que foi interpretada por Heleninha Costa (RCA VICTOR-80.1033B Dança do coça roça (Herivelto Martins/José Messias) - 11/1952). A esta seguiram-se várias outras interpretações de composições suas, por artistas famosos da época de ouro do rádio brasileiro, como: Emilinha Borba, Francisco Carlos, Marlene, e Quatro Ases e Um Coringa.

Em 1954, o então Ministro do Trabalho João Goulart nomeou José Messias para o Serviço de Recreação Operária - SRO, órgão criado pelo Ministério do Trabalho Indústria e Comércio no ano de 1943 e extinto em 1964 - porém à disposição da Rádio Mauá, o que lhe permitiu continuar a desenvolver seus atributos musicais.

Em 1955, José Messias estreou como apresentador de auditório na Rádio Mayrink Veiga. Por dez anos, ele acumulou o exercício da função pública com as atividades privadas de direção e de apresentação de programas em várias radioemissoras daquela época no Rio de Janeiro (rádios Mundial, Carioca, Metropolitana, Tupi, Guanabara e Nacional).

Identificado com a juventude da época, José Messias renovou o cenário musical de então: criou, em conjunto com Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo, o marcante movimento de renovação e vanguarda musical que veio a ser a Jovem Guarda.

Vanguardista em cultura musical, José Messias efetivamente lançou ao estrelato muitos cantores, por meio do seu programa "Favoritos da Nova Geração". Figuram entre os mais conhecidos e famosos os artistas Clara Nunes, Jerry Adriani, Roberto Carlos e Wanderley Cardoso, dentre muitos outros. Ainda em 1955, compôs o samba "A mão que afaga", com Raul Sampaio, gravado na Continental, pelos Vocalistas Tropicais.

Em 1956, estreou em discos pela pernambucana Gravadora Mocambo, registrando, de sua autoria e Carlos Brandão, a batucada "Macumbô" e o samba "Deus e a natureza".

Em 1957, gravou na Copacabana os sambas "Ai, ai, meu Deus", de Amorim Roxo e Nelinho e "Vou beber", de sua autoria com Carlos Brandão.

Em 1959, José Messias gravou pela Continental o mambo "Você aí", de sua autoria, e o samba "Fim de safra", de Luiz de França e Zé Tinoco. Nesse ano, seu samba "O sono de Dolores", em homenagem a Dolores Duran, que acabara de falecer, foi gravado por Ângela Maria e Mara Silva na Rádio Copacabana.

Em 1960, gravou na Polydor a "Marcha da condução", de sua autoria e "Garoto solitário", de Adelino Moreira, sucesso no carnaval do ano seguinte. Nesse ano, Carlos Augusto gravou seu bolero "Chega".

Em 1961, gravou na Philips, de sua autoria, o rock "Rock do Cauby", e, de Edgardo Luiz e Geraldo Martins, o samba "Amor de verão".

Em 1962, José Messias obteve destaque com a "Marcha do Carequinha". Gravou na Rádio Mocambo o chachachá "Garrincha-cha", de Rutinaldo, homenagem ao jogador de futebol Garrincha, do Botafogo do Rio de Janeiro. Nesse ano, seu bolero "Pecador", foi gravado por Silvinho. No começo dessa década, foi um dos radialistas que mais apoiou o movimento ligado ao rock, prestigiando os artistas ligados à Jovem Guarda.

Em 1963, gravou na RGE o "Twist do pau de arara", de Raul Sampaio e Francisco Anísio e o "Cha cha cha do Carequinha", de sua autoria. Ainda gravou na Odeon as marchas "Deus tem mais pra dar", de Valfrido Silva, Gadé e Humberto de Carvalho e "Marcha do pica-pau", de Valfrido Silva e Humberto de Carvalho. Também no mesmo ano, teve a música "Aconteça o que acontecer" gravada pelo Trio Esperança.

Em 1969, gravou a música "Terreiro de outro rei", de sua autoria no LP "O fino da roça", de Jackson do Pandeiro. Atuou também nas TVs Tupi, Continental, Rio e Excelsior.

Na TV Tupi, participou dos programas Flávio Cavalcanti e "A Grande chance".

No SBT, de São Paulo, participou, desde o ano 2000, do Programa Raul Gil, bem como teve atuação muito permanente nas mais diversas emissoras da radiofonia carioca, especialmente a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Em 1974, o jornalista criou o quadro ‘Pra Quem Você Tira o Chapéu’, que já foi apresentado por vários artistas. Há alguns anos, Messias passou o comando ao apresentador Raul Gil e participa de seu programa desde 1998, atuando como jurado fixo.

Em 2000, José Messias teve a música "Travesseiro" relançada na voz de José Ricardo, no CD "José Ricardo - Serenata Suburbana", do selo Revivendo.

Em 2002, produziu o CD "Seleção Nota 10 De José Messias" pela Warner.

Compositor desde a juventude, José Messias é sócio honorário da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). É autor de mais de duzentas composições. Algumas delas foram gravadas por grandes nomes da MPB, entre artistas e grupos musicais, como: Ângela Maria, Caetano Veloso, Cauby Peixoto, Clara Nunes, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Jair Rodrigues, José Ricardo, Linda Batista, Marisa Monte, Nelson Gonçalves, Pery Ribeiro, Quarteto em Cy, Roberto Carlos, Sílvio César, entre outros.

José Messias foi, também, apresentador e diretor em várias emissoras de Rádio e de Televisão do Rio de Janeiro. Como tal, dirigiu Flávio Cavalcanti, Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues entre outros.

Na década de 1970, enquanto ainda trabalhava na rádio, ingressou também nas duas principais emissoras de televisão cariocas: as de então TV Tupi e TV Rio. Veio, assim, pouco depois, a compor o júri musical mais importante da televisão brasileira da época, no então famoso programa "A Grande Chance", apresentado por Flávio Cavalcanti.

Em 1972, transferiu-se para a TV Bandeirantes e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), e então produziu e dirigiu o "Clube dos Artistas", então apresentado pelo casal Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues.

Em 1974, criou o quadro "Pra Quem Você Tira o Chapéu", que já foi apresentado por vários artistas. Anos depois, passou o comando a Raul Gil e participa de seu programa desde 1998, como jurado fixo.

No inicio da década de 1980, enquanto ainda integrava a Rádio Nacional, adquiriu emissoras de rádio da Região dos Lagos e do Jornal de Negócios, assumindo, em 1990, a superintendência do Sistema Serramar de Comunicações, que então congregava cinco emissoras. Em 1998, assumiu a tiularidade a Secretaria de Cultura, Educação, Esporte e Lazer de Saquarema.

Em 1966, a Rádio Nacional contratou-o como locutor, apresentador e produtor, onde apresentou, entre outros, o "Show da Cidade", o "Programa José Messias", "A Hora dos Calouros" e "Viva a Jovem Guarda".

Em 2002, convidado pelo também apresentador, compositor e cantor Raul Gil, tornou-se jurado no Programa de Calouro do Raul Gil. De lá até o presente, além da função de jurado ilustre nos vários programas de talentos que têm sido apresentados por Raul Gil, em sucessivas redes de televisão, José Messias tem-se dedicado ao resgate da memória do rádio e da televisão brasileiros.

José Messias da Cunha é membro da Academia Nacional de Letras e Artes. Recentemente, lançou seu primeiro livro, "Sob a Luz das Estrelas: Somos uma Soma de Pessoas". Na obra, ele apresenta a história de sua vida e carreira, bem como exibe um valioso retrospecto da história do Rádio e da Televisão no Brasil, história da qual é co-protagonista.

O livro traz os melhores momentos da MPB e da Jovem Guarda da qual José Messias foi um dos principais mentores levando vários cantores ao estrelato, entre eles: Jerry Adriani, Wanderley Cardoso e Clara Nunes. A obra apresenta também a história de seu convívio com artistas, personalidades e políticos, como Grande Otelo, Flávio Cavalcanti, Ayrton, Lolita Rodrigues e Tancredo Neves.

Condecorações

José Messias da Cunha foi condecorado com vários méritos, entre diplomas, troféus e medalhas, com especial destaque para:

*Cidadão Benemérito da Cidade do Rio de Janeiro
*Medalha Tiradentes
*Prêmio Noel Rosa (pelo Sindicato dos Compositores)
*Personagem de destaque expressivo na cultura artística brasileira durante várias décadas, desde a era de ouro do rádio e o início da televisão no país, José Messias representa a história viva dessa convergência de comunicação no Brasil nos séculos XX e XXI.