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Biografia de Love Spirals Downwards

Pode-se considerar que o início da trajetória do Love Spirals Downwards aconteceu na década de 80, em Los Angeles, Estados Unidos, com os experimentos musicais do compositor e multi-instrumentista Ryan Lum. No entanto, o projeto só tomou forma e se consolidou quando Suzanne Perry, então namorada de Ryan, passou a atuar como vocalista em 1991.

Inicialmente, duas demos foram gravadas (Mediterrânea e Forgo) e incluídas em uma coletânea que recebeu uma boa resposta de ouvintes e críticos. Assim, em 1992, a dupla lançou o primeiro trabalho.

Idylls foi lançado pelo selo americano Projekt. Este trabalho trouxe treze faixas do que podemos considerar o mais puro e intenso darkwave. Os arranjos e execução de Ryan e voz doce e sutil de Suzanne produziram um disco de estréia que foi considerado como "um acústico suntuoso, linda voz feminina e harmonia suave que elevam às alturas". Idylls traz momentos de depressão como em Forgo e Illusory Me; tensão como em Waiting for the Sunrise, e leveza em Ladonna Dissima.

Após o sucesso do álbum de estréia, a dupla deu início às gravações do segundo disco de sua recente carreira. Ardor foi lançado em 1994. Este disco despertou uma maior atenção da mídia em relação ao trabalho de Ryan e Suzanne, chegando a ser comparado com a música de Dead Can Dance e Cocteau Twins.

Ardor, que contou com a participação de Jennifer Ryan Fuller nos vocais, trouxe onze faixas. Will you Fade e Sidhe são quase exemplos do que pode ser considerado como ethereal. Enquanto Write in Water e Depression Glass contam com uma instrumentação densa e ao mesmo tempo sutil, com a voz de Suzanne fluindo com suavidade sobre a melodia.

No ano de 1995, a banda se apresenta em Los Angeles, Nova York, Seattle, Boston e Philadelphia. Já em 1996, participa de um festival promovido pelo selo Projekt, em Chicago. Em seguida, lança o single Sideways Forest com três faixas: Sideways Forest, Sideways Forest (Quantum Remix) e Amarillo. No mesmo ano, é lançado o álbum Ever.

O terceiro CD traz, além da faixa Sideways Forest, mais dez músicas que soam mais acústicas com o violão ganhando um maior destaque. No entanto, algumas faixas têm uma linha de baixo e percussões mais nítidas, além de uma presença mais freqüente de elementos eletrônicos.

Ever recebeu críticas como "belo como sempre, Love Spirals Downwards surpreende com outro CD perfeito" e "este CD, como qualquer outro do Love Spirals Downwards, são altamente recomendáveis".

No ano seguinte, a dupla Ryan e Suzanne já preparava material para mais um lançamento enquanto apresentava-se novamente no Projekt Festival. Assim, em 1998, Flux foi gravado e lançado novamente pelo selo Projekt. Este trabalho, ao longo de suas oito músicas, traz uma atmosfera eletrônica e dançante se comparado aos discos anteriores.

As faixas Ring, Psiche e By Your Side trazem uma programação de bateria eletrônica mais ritmada; enquanto Sunset Bell já está muito próxima do Drum & Bass. Um álbum diferente como uma proposta bem mais distante dos primeiros trabalhos, mas que, no entanto, obteve a melhor venda de toda a carreira do LSD.

Em 1999, a dupla se separa e Ryan dá continuidade à carreira com a cantora Anji Bee em um projeto intitulado Lovespirals (nome que obviamente faz referência ao próprio Love Spirals Downwards) com uma sonoridade que lembra um pouco o LSD; porém, com nítida influência de Jazz. Enquanto Suzanne Perry, em 2002, formou o Melodyguild, um projeto musical com influências do Industrial, Dream Pop e Indie.

Ainda, em 2000, foi lançado Temporal (a retrospective) que se trata exatamente de uma coletânea dos maiores sucessos entre 1992 e 1998, com Ring, Depression Glass e Ladonna Dissima, entre outras. No ano de 2007, os dois primeiros trabalhos, Idylls e Ardor, foram relançados contendo remasterizações e gravações ao vivo.

Uma carreira de apenas seis anos e quatro álbuns, somada à personalidade e sofisticação inerentes, foram suficientes para elevar o Love Spirals Downwards à condição de ícone do Darkwave. Um exemplo desta identidade musical construída ao longo dos anos é que algumas músicas não se apóiam em uma letra propriamente dita; mas sons vocálicos que simulam a pronúncia de idiomas antigos. Ainda, músicas como This Endris Night e And the Wood Comes Into Leaf (ambas do primeiro álbum) são adaptações de canções medievais.

Talvez uma boa definição esteja na declaração dos próprios músicos no ano de 1991: "nossa música é uma combinação do que consideramos ser esteticamente agradável (...) nossa música transcende qualquer categorização de gênero (...) elementos de música oriental indiana, rock psicodélico e ethereal (...) nós abandonamos completamente o uso de idiomas como transmissor de pensamento e emoção (...) instrumental e vocal trabalhem como uma expressão artística”.