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Vidas Secas

Luiz Fontineli


A peleja do homem...
Penúria do solo seco rachando.
Triste fim dos "paletós" que a essa fração vem massacrando.
Em terra onde se planta coragem a lágrima não faz fértil o chão.
Nordestino, ser de resistência. Ai do teu fim, homem sem coração...


Já passou julho, agosto e setembro e nem um pingo de chuva no chão.
Ser nordestino é enfrentar a sorte, choveu no norte e no nordeste não.
Chora homem, mulher e menino, guerra da cerca não acabou não.
Senhor da seca prometeu de tudo, somando os lucros, igual traição.

Chora o rio seco, chora o coração,
Já não tem mais jeito os fragmentos desse meu sertão.
Chora o rio seco, chora o coração,
Sem um pingo d'àgua não vai lavar essa devassidão.

Será que chove até o final o dia? Eu vi manchetes na televisão!
Diz que é progresso o que se mostra aqui, vixe meu Deus, quanta alienação!
Ser nordestino é enfrentar de tudo a sede, a fome e a corrupção.
Se cai a chuva, aqui se dá de tudo, somando os lucros, vai só pra ladrão.

Chora o rio seco, chora o coração,
Já não tem mais jeito os fragmentos desse meu sertão.
Chora o rio seco, chora o coração,
Já não tem mais jeito os caco veio desse meu sertão.

Composição: Luiz Fontineli e Alê Santos





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