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Carniça

Mano Lima

Mano Lima
Vaneira

Sinto cheiro de carniça, meu compadre,
tem carancho no rodeio
O respeito e a injustiça, meu compadre,
se extraviaram com os arreios
Não pude achar tua comadre, meu compadre,
campeei ontem o dia inteiro
Até já estou desconfiado, meu compadre,
que os caranchos já comeram.

Temo muito acadelado, meu compadre
E a imundice está invadindo
Vou carregar bem minha garrucha, meu compadre
Comprar espoleta de ouvido.
Porque o mundo é uma alavanca, meu compadre
Que quando pega a entortar
É triste, mas é verdade, viu compadre
Só fogo pra endireitar.

O poder é perigoso, eu compadre
Se provalecem da fraqueza
É igual arame de farpa, meu compadre
Corta grande e faz bicheira.
Mas também se não tem cerca, meu compadre
Me acredite quem quiser
A malicia nada a cavalo, viu compadre
E o respeito anda de a pé

Vou deixar o mouro encilhado, meu compadre
Nem a chincha eu vou frouxar
E o que é carancho envenenado, meu compadre
O que eu achar vou degolar.
Porque a cabeça e o bucho, meu compadre
É o que divide o corpo humano
E o gaúcho se conhece, viu compadre
Quando o índio tem tutano.

Composição: -





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