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Reis

Maria Gadú

Não se fere um rei a ferro e fogo
eu não desejaria ao fogo, à febre um rei
Seja cangaceira a carta à Espanha
seja d'ouro a cana, o canto servo, a lei
a cada grito a porta aberta desespera
aponta a flecha ao céu além
cada caravela que espera o retorno da Era
quimera, a peixeira, o desdém
não se cala um canto, uma discórdia
a língua que separa a prece
ilude o mesmo Deus
não se foge ao moar a procurar relíquias
sujeitando a mata a recriar o caos
Dizimando o rei, o réu sou eu
consumando o rei, o réu sou eu
Vitimando o réu, o rei sou eu
cangaceiro febril da terra inteira, o erro é meu
da mortalha a peixeira que usei
cada prece iludida que preguei
desbravando meu peito sem fronteira
agora eu sei

Composição: Chiara Civello, Mayra Correa, Ana Carolina Rivera





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