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Tocando O Cavalo Pra Frente

Mauro Moraes

Canto as coisas que quero,
O baio que enxergo, o lenço encarnado.
Toco as coisas que gosto,
Do rock ao chote, com as vacas do lado.
Boto uma sela no mate,
Ensaio até tarde e o suor me distrai.
Logo me dá um remorso
De ver que esses "troço" incomodam aos demais.

Gosto da baia bem limpa,
Com água e comida prás éguas de porte.
Comigo até me divirto,
Bebo até com o inimigo que inveja o meu trote,
Topo qualquer parada
Com essa peonada que enceba o buçal
E sempre amanso o retoço
Das baldas do "poldo", saudando o bagual...

(Eta! vida danada de boa, se tu não fosses minha,
Te juro, mimosa, te enchia de prosa e da mais pura poesia.) Bis

Nas fronteiras dos meus,
Mergulho a palavra com os burros n'água,
E conforme as maneias,
Salvo algumas porqueiras tocando guitarra.
Faço qualquer confraria
Com essa porfia de agarrar o pinho,
E com toda a humildade,
Seguro o mate, quem sabe sozinho...

Mas, por favor, Querência,
Mantenha a surpresa pra te dar cria,
Não destrua a inocência
De achar que a tristeza é a nossa alegria.
Basta! Não faça por nós.
Por trás de uma voz há sempre um poeta,
E só por nossa amizade,
Desculpe as verdades e a prosa sincera...

Composição: Mauro Moraes





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