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Caboclinha

Moacyr Dos Santos

O dia que eu me casei deu um bafafá danado
Casei na delegacia lá do nosso povoado
O juiz que me atendeu foi um doutor delegado
E o padre da cerimônia foi um cabo e um soldado
Meu sogro foi testemunha com o revólver carregado
Se caso eu dissesse não eles tinha me azarado

Casamento esforçado muitas vez não é ruim
Eu sofria pelo mundo, hoje eu vivo num jardim
Sei que eu não quis casar, mas eles quiseram assim
Durmo no colchão de mola, já não durmo no capim
Brigo muito com a muié, mas a briga vai dar fim
No dia que eu bato nela meus cunhado bate em mim

Trabalhá eu não trabaio, não dou bola pra ninguém
Sustentar filha dos outro eu acho que não convém
Gosto de viver encostado sempre nas costas de alguém
Vida boa igual a minha não é qualquer um que tem
Lá na casa do meu sogro vou vivendo muito bem
Ele trata da muié e trata de mim também

Canto moda de viola para não ouvir fuxico
O véio até suspira nos ponteado que eu repico
O véio que era pão duro já deixou de ser ridículo
Vivê nas custas dos outros eu levo a vida de rico
Fome eu não passo mesmo, sem dinheiro eu não fico
Pra vivê sem trabaiá precisa ser bão de bico






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