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Vanera Xucra

Os Mirins

Palanquei o sentimento e abracei a cordeona
Pra encilhar uma vanera que se criou redomona
Tentei segurar o tranco cabresteando no floreio
Mas, já no primeiro acorde saltou do fole e se veio
Firmei a cinchão das notas só pra evitar algum tombo
E a pelegama de versos larguei por cima do lombo
Num trancão de queixo duro, cheio de balda e mania
Se foi pela noite afora coiceando na baixaria

A minha vanera xucra não nasceu pra ser domada
Nos bailes da gauchada corcoveia a noite inteira
Na invernada da cordeona vai rebentando o alambrado
E eu ganho a vida grudado no lombo desta vanera

Abri a goela com gana pra acalmar a rebeldia
Saiu de venta rasgada procurando melodia
Notei enxergando o povo na alegria da festança
Que vanera que encilho é xucra que não se amansa
No rodeio de um surungo se embodoca, caborteira
E todo mundo balança no corcoveo da vanera
Passa o tempo eu não me aperto deste trancão mal domado
Pois carrega na garupa o xucrismo do meu estado.

Composição: Albino Batista Manique/Dionisio Clarindo da Costa





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