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Vida de Taura

Os Serranos

Não me agrada lombo chucro quando caio e levo a crina
Pois me lembra uma rodada que levei de uma china
Me transformo com a lua quando nas nuvens se some
Não tenho parte com o diabo mas sou sempre lobisomem

Tenho muito de rio manso ou de sanga de água pura
Quem não nasceu com raiz há de camperear lonjuras
Sou tropeiro de mim mesmo meu destino vou norteando
Na defesa de um amigo posso até morrer peleando

Me agrada um trago de canha oitavado num bolicho
Pois o pensamento andeja recordando algum cambicho
Mas china que nega estribo faço igual cavalo alheio
Se não quebro o queixo a tapa brasino de pala e relho

Assim é a vida de um taura serrano de nascimento
Negocio com a sorte a palavra é um documento
Sempre olho para a frente na cara recebo o vento
Na sobrecincha da vida não deixo frouxar um tento

Composição: Edson Dutra / João Francisco Becker





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