×

Biografia de Padeirinho

Padeirinho nasceu Osvaldo Vitalino de Oliveira em 1927. Ganhou esse apelido por ser filho de padeiro. Começou a compor aos 12 anos, época em que cantava seus sambas nos botequins da Mangueira e saía na bateria da escola. Entrou para a Ala de Compositores da escola em 1947 quando apresentou o samba "Mangueira desceu pra cantar". Sua primeira música gravada foi "Mora no assunto" (parceria com Joaquim dos Santos) num disco de Jamelão no início da década de 50. Com Joaquim dos Santos fez também "Fofoca no morro" e "Vida de operário". Foi funcionário do Cais do Porto e da Limpeza Pública do Rio de Janeiro. Participou do show "O samba pede passagem" no Teatro Opinião no Rio. Em 1974 gravou como intérprete o samba "A mais querida" e o samba-enredo "O grande presidente" (ambos de sua autoria), para o selo Marcus Pereira, no LP "História das escolas de samba: Mangueira". Seus sambas tem um estilo sincopado e Padeirinho foi um grande partideiro.

"Favela" (parceria com Jorge Pessanha), "Linguagem de Morro" (com Ferreira dos Santos) e "Como será o ano 2000?" são seus sambas mais conhecidos.

Além da gravação de Jards Macalé em "O Q Faço é Música" (Atração/1998), "Favela" está também no LP "Manhã de Liberdade" (Philips/1966), de Nara Leão e "Resistindo", do Quarteto em Cy (Phonogram/1977). "Linguagem do Morro" foi registrada por João Nogueira (“Boca do Povo”, Polydor/1980), Beth Carvalho ("Brasileira da Gema", Polygram/1996) e Jamelão (na caixa "A Voz do Samba", Continental). “Como será o ano 2000?” foi gravado por João Nogueira em "Bem Transado" (BMG/1983) e por Nara Leão em "Meu Samba Encabulado" (Polygram/1983). As três músicas aparecem ainda em “Chico Buarque de Mangueira” (BMG/1997) com Christina (“Favela”), João Nogueira (“Linguagem do Morro”) e Christina e Carlinhos Vergueiro (“Como será o ano 2000?”).

Germano Mathias gravou vários sambas de Padeirinho: "Zé da Pinga", "Conselho de Coroa", "Não é da Bahia" (com Jorge Costa), "Doutor no Samba", "Terreiro em Itacuruçá" e "Vou ficar devagar" (com Nelson Pechincha). Ele também gravou "A situação do Escurinho" duas vezes: em seu disco de 1957 (“Germano Mathias, o sambista diferente”, Polydor) e no disco que dividiu com Gilberto Gil, "Antologia do Samba-Choro" (Phonogram/1978).

Paulinho da Viola gravou "Cavaco emprestado" em seu disco de 75 (Odeon) e no ano seguinte Emilio Santiago (”Brasileiríssimas, Phonogram/1976) também gravou. Leci Brandão gravou "A Mais Querida" em "No Tom da Mangueira" (Saci/1991). Elza Soares gravou o samba-enredo "Rio carnaval dos carnavais" (com Moacir da Silva e Nilton Russo) em "Elza Pede Passagem" (Odeon/1972). Jorginho do Império gravou "Esta Saudade" (com Jorginho Peçanha) em “Viva Meu Samba” (Continental/1983). Mestre Marçal gravou "Andarilho" e "A Nova Mangueira" (em “Nira Congo – Conjunto Baluartes”, CBS/1976). Clementina de Jesus canta "Me dá o meu boné" em "Marinheiro Só" (Odeon/1973). Jorge Aragão registrou "Cavaco" em "Sambaí" (Indie/1998). Beth Carvalho em "Na Fonte" gravou "Salve a Mangueira" (RCA/1981). Zezé Motta gravou "Atividade" em "Negritude" (WEA/1979). Candeia canta "Já curei minha dor" em "Luz da Inspiração" (WEA/1977), disponível em CD na coletânea "e-collection" (Warner). Xangô da Mangueira gravou "Zé Cansado" em “Xangô da Mangueira Vol. 3” (Tapecar/1978). A Velha Guarda da Mangueira gravou "Amargura" em "A Mangueira Chegou" (1989), lançado recentemente em CD pela Nikita, que também traz "Partido Alto de Padeirinho".

No disco do show "O Samba Pede Passagem" (Polydor/1966), que tem como intérpretes Aracy de Almeida e Ismael Silva, Padeirinho participa na faixa "Vem Chegando Ismael", com Bide, Zagaia e Leléo.

Em "Mangueira - Sambas de Terreiro e Outros Sambas" (Arquivo Geral da Cidade/1999) Padeirinho canta "Decepção de um autor", "O remorso me persegue" (que Moacyr Luz gravou em "Na Galeria", Lua Discos/2001) e "Modificado". No mesmo disco Tantinho canta "Terreiro em Itacuruçá".

O samba-enredo da Mangueira de 1956 "O Grande Presidente" foi gravado por Beth Carvalho no LP de mesmo nome em homenagem a Getúlio Vargas lançado na campanha de Brizola em 1989 pelo selo Idéia Livre. Também foi gravado por Jamelão (na caixa "A Voz do Samba"), Mestre Marçal (“Sambas-Enredo de Todos os Tempos”, Velas/1993) e Martinho da Vila ("Samba Enredo", RCA/1980).

Em 1987 estava prevista a gravação de seu primeiro disco. Neste ano veio a falecer Mida, sua companheira por mais de 40 anos. Padeirinho morreu dois meses depois.