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O Feiticeiro

Palmeira e Biá

Cidade de Pitangueiras de noite foi alarmada.
Mandaram chamar o tenente veio com dez praça armada.
Na seção de um feiticeiro chegaram dando pancada.
Prenderam quatorze nessa ninhada
E tocaram em fila no pó da estrada.

Amarraram o feiticeiro pra não fugir do caminho.
Também levaram um piquá cheio de livro e santinho.
Tinha galão de defunto, pé de pato e mão de anjinho.
Tinha um sapo seco dentro de um ninho
Uma fita preta e sete nózinho.

Pegaram os livros de bruxa, na rua foram queimando.
Tinha livro de mandinga, corrente São Sipriano.
Tinha retrato de um bode, um gato preto chorando.
Era da ermandade dos africanos
Lá no xadrêz foram abaixando.

A fama do feiticeiro na paulista esparramou.
Quantas mulher de família o malvado destrilhou.
Moça branca e direita com preto velho casou.
A borracha ardeu e ele confessou
Os danos e os crimes que praticou.

Hoje lá em Pitangueiras ninguém mais em muamba.
Na cidade é só progresso não tem mais roda de samba.
Transportaram o feiticeiro dentro de uma caçamba.
Quando a cana desce o cabra descamba
Ele dança miúdo na corda bamba.

Composição: -





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