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Revolução

Rappek

Evolução, me diz qual é o preço pra subir
Isso é mentira porque pobre não pode evoluir

Era ordem e progresso, mas não vejo isso aí
Desde cedo na escola nos ensinam a fingir

A ter o que não tem, tá doente, mas tá bem
Ninguém viu, nem sentiu, devem tá surdo também

E isso vai além da nossa expectativa
Mas vão esperar o que se não existe uma saída

Essas cores na bandeira, mano, tá tudo errado
Tinha que ter o vermelho do sangue que é derramado

Não nasci pra ser mandado, nasci pra ser comando
Tem vários ao meu lado, só pergunto até quando

O Brasil foi descoberto 500 anos atrás
E desde o descobrimento nem um dia de paz

Aqui não é um circo, aqui não é teatro
Mas eu vejo muito ator fazendo o povo de palhaço

Acabou-se mais um ato, ato de corrupção
Tem mais Dollar na cueca pra festa do mensalão

Tem o mal, tem o bem, tem quem tem, quem não tem
Tem quem vive pelo dim, tem quem corre e morre sem

Muitos precisam ouvir, mas poucos vão escutar
Se é um jogo, eu vou jogar, tô aqui pra equilibrar

Se a favela tá sem voz, deixa que eu vou gritar
Se a justiça não se faz, deixa que eu vou vingar

Quem morreu, quem perdeu, quem chorou, quem sofreu
Não fui eu, mas mesmo assim eu luto pelos meus

A ditadura não acabou, apenas se disfarçou
Democracia, utopia, me diz o que mudou

Mas tem a diferença que o povo faz desdém
Ninguém tinha liberdade e hoje pensam que tem

Se contentam com o pouco, mas tem que tá ligado
Tem gente que vira escravo pra não tá desempregado

Na favela tem bandido, a polícia faz milícia
Mas porque que tem bandido que solto em Brasília?

Porque? Porque? Ninguém vai responder
Porque? Porque? Todos vão se esconder

Reclamam do governo, mas não saem pra protestar
Reclamam até de DEUS, mas rezar não vai mudar

Se você não lutar pela honra, pelo nome
Quem será? Quem será? Não existe super-homem

Agora some ou volta pro seu posto de batalha
Guerreiro que é guerreiro sempre assume a sua falha

Então trabalha ou rouba e sente o corte da navalha
Tem covarde que nem praga arrastando só canalha

Não precisa de anistia pra pedir perdão
Redenção é salvação pra quem faz revolução

Antiquado pode ser obsoleto e anacrônico
Mas eu só to juntando o que sobrou dos seus neurônios

Pra ver se você pensa, pra ver se você age
Não é viagem, sou mais um seguidor de Sabotage

Louco e revolucionário, impossível de parar
Não é páreo para o Rap que vem pra sumariar

Porque o seu dinheiro não pode me comprar
Porque a sua arma não pode me matar

Quem nasceu pra brilhar, nunca vai se ofuscar
Se a mudança é mudar, então que comece já

Pra provar que um ideal não se enterra com caixão
Pois alguém pode morrer, mas não há opinião

Convicção, soldados pelas ruas vão marchar
É o furacão, tropa de elite não vai segurar

Não sou Jesse James, não sou Robin Hood
Mas eu sigo essa doutrina roubando quem tá impune

Sou um vírus no sistema que o anticorpo não matou
Então respeite de onde eu vim, respeite quem eu sou

Composição: Alessandro Barbosa da Silva






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