Eu quero me afogar
Mas só encontro sentimentos rasos e amores ralos
E tudo se resume num bom dia vácuo por ai
Cada um procura sua roupa e acende um cigarro
E a vida anda como um carro com freio de mão puxado

Eu quero me afogar
Mas só encontro sorrisos fáceis pro meu gosto raro
Eu já cansei de ir até a superfície pra me distrair
Coloco a máscara, limpo meu nome, até invento um papo
Tão triste como quem se vende por alguns trocados

Quando barato é caro, quando o barato é vulgar,
quando o barato meu caro, já não da nenhum barato
Quando barato é caro, quando o barato é vulgar,
quando o barato meu caro, já não da nenhum barato

Eu quero me afogar
Mas se mergulho no oceano logo vejo o fundo do aquário
Que é tão vazio quanto o vão da boca esperando alguém
Qual é o prazo e pra onde vai o mesmo itinerário?
Qual é o preço que se paga pelo novo, velho, semi-usado?

Quando barato é caro, quando o barato é vulgar, quando o barato meu caro, já não da nenhum barato
É hora de pensar em se afogar

Composição: Rodrigo Del Arc