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Curiosidades sobre Rosil Cavalcanti

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  • Tinha um grande defeito: era birrento, pegava ar por qualquer coisa. Em 1978, durante um almoço no Restaurante Manuel da Carne de Sol, em Campina Grande, o Rei do Baião – Luiz Gonzaga – me contou essa história: havia se desentendido com Rosil por conta da uma alteração que a gravadora RCA Victor exigiu que fosse feita em uma música de Rosil. Ele não gostou e deixou de falar com o “velho Lua”. Ficaram quase um ano sem se falar. Eis que Gonzagão vem a Campina e pede a Zé Bezerra para intermediar uma conversa com Rosil. Os dois se encontram, mas a conversa foi pouco produtiva. Luiz Gonzaga se encarregou de cumprimenta-lo, perguntar como estava a patroa, dizer que estava com saudades de notícias suas, etc. e tal. Rosil pouco falou, pediu licença, disse que ia ter que trabalhar e se retirou. Trancou-se em uma sala e poucos minutos depois entregou a Luiz Gonzaga um papel datilografado com esta, que considero uma das músicas mais bonitas de sua autoria (“Amigo Velho), gravada em 1963 por Gonzaga:
  • MACIEL GONZAGA* Neste dia 10 julho completam-se 41 anos da morte de Rosil Cavalcanti, um dos maiores compositores de seu tempo. Autor de sucessos como “Sebastiana”, “Na base da chinela” “Coco social”, “Coco do Norte”, todas gravadas por Jackson do Pandeiro, seu maior intérprete. Poucas pessoas sabem hoje que Rosil Cavalcanti residiu em Pombal por alguns anos e, em 1947, instalou em nossa cidade o Serviço de Alto-Faltantes Tupã, que durou três anos, até 1950. Ignácio Tavares, em artigo intitulado “No Tempo da Rádio Difusora Tupã”, publicado em 6 de junho de 2007, aqui mesmo neste Blog, faz referência a presença de Rosil Cavalcanti em Pombal.
  • A Rádio Borborema tinha auditório e o programa era transmitido do auditório, ao vivo. Ali se fez concurso de sanfoneiro, de dançarino, de beleza, de teatro, etc. Na realidade era uma rádio-teatro. Rosil tinha um carisma impressionante e cativava todos e todas. Os artistas famosos da Rainha da Borborema e de todo o Nordeste tinham presença garantida nos finais de semana.
  • Ao deixar Pombal e se fixar em Campina Grande, em 1951 Rosil Cavalcanti entra definitivamente para o rádio como redator na Rádio Caturité, recém inaugurada por Drault Ernani, onde lançou o programa Rádio Atrações. Culto e talentoso, dono de uma forma poética típica da nossa “nordestinidade”, que se algum crítico, algum dia procurar caracterizar, rotular, necessariamente falará de um “realismo nordestino”, Rosil não conseguia conter o seu impulso artístico.
  • Em João Pessoa, no ano de 1947, Rosil deu seus primeiros passos no rádio, participando em programas noturnos na Rádio Tabajara. Nesta ocasião, formou a dupla caipira ‘Café com Leite’ com um rapaz conhecido como Jack, que mais tarde seria o famoso Jackson do Pandeiro. O nome fazia alusão à aparência dos dois. Jackson, cafuzo de pele escura, era o café. Rosil, branco, era o leite. Tocando emboladas, a dupla alcançou um grande sucesso, garantido também pelas tiradas cômicas que faziam os ouvintes darem gargalhadas no auditório.
  • Chegou a formar a dupla caipira “Café com Leite” com um rapaz conhecido como Jack, que mais tarde seria o famoso Jackson do Pandeiro.
  • As semelhanças não são poucas. Nasceram em regiões dominadas pela cultura da cana-de-açúcar e pela colonização negra. Quando adultos, foram casados, mas não tiveram filhos. E as coincidências não se restringem à vida. Em anos diferentes, morreram de infarto no mesmo dia e mês. Rosil Cavalcanti (1915 – 1968) e Jackson do Pandeiro (1919 – 1982) tiveram uma relação que muito além de 'Sebastiana'. Muito antes de ser proclamado o rei do ritmo, Jackson já convivia com o talento musical de Rosil.
  • Apresentado diariamente na Rádio Borborema, que transmitia em ondas médias e tropicais, a atração era uma mescla de notícias com brincadeiras, onde Rosil encenava o papel do capitão Zé Lagoa e contracenava com os soldados Jaca Mole e Jaca Dura. Entre uma piada e outra, muitos repentistas e cantores passaram por lá, como Genival Lacerda, Zé Calixto, Marinês e Abdias.
  • Quando a dupla se desfez, Jackson levou debaixo do braço várias músicas de Rosil. Uma delas seria o grande destaque do carnaval de 1953. Era o coco 'Sebastiana', que foi originalmente lançado em um disco pelo selo Copacabana e posteriormente regravado por Gal Costa. Por sua vez, Rosil ganhou destaque dez anos depois com o programa ‘Forró de Zé Lagoa’, que teve grande repercussão em Campina Grande.
  • Como compositor Rosil Cavalcanti é inigualável. Teve dezenas músicas gravadas por Jackson do Pandeiro, como “Cabo Tenório”, “Lei da Compensação”, “Quadro Negro”, “Forró na Gafieira”, “Na Base da Chinela”, “Aquarela Nordestina”, o clássico “Sebastiana”, entre outros. A ainda teve canções gravadas pelo Trio Nordestino, Zé Calixto, Genival Lacerda, Anastácia, Ary Lobo, Luiz Gonzaga, entre muitos outros
  • Muitos cantores passaram por lá ainda como calouros, como Genival Lacerda, Zé Calixto, Marinês e Abdias.
  • De família tradicional na política de Pernambuco, Rosil de Assis Cavalcanti, que nasceu no dia 20 de dezembro de 1915, em Macaparana-PE, trabalhou durante toda sua vida como funcionário público – era fiscal de renda. Seu primo de segundo grau, Joaquim Francisco chegou a ser governador do estado. Mas a paixão de Rosil era outra: compositor, ator, radialista.
  • Mas, o grande sucesso de Rosil foi o “Forró do Zé Lagoa”. Programa de forró que animava as noites da Rainha da Borborema, do Cariri ao Brejo, onde chegavam as ondas sonoras da emissora dos Diários Associados. As pessoas paravam para ouvir o Zé Lagoa.
  • 1947 - Rosil Cavalcanti formou a dupla caipira com Jack, que mais tarde seria o famoso Jackson do Pandeiro. O nome fazia alusão à aparência dos dois. Jackson, cafuzo de pele escura, era o café. Rosil, branco, era o leite. Tocando emboladas, a dupla alcançou um grande sucesso, garantido também pelas tiradas cômicas que faziam os ouvintes darem gargalhadas no auditório.
  • Mas, mesmo antes de Sebastiana, Rosil já havia composto uma música gravada comercialmente. Apresentada à cantora Dilú Melo, a canção se chama ‘Meu Cariri’ e foi interpretada por Ademilde Fonseca e Marinês, na sua versão mais famosa. Porém, Rosil não guardava boas recordações de sua estréia nas vitrolas. Apesar de ter composto música e letra, os créditos do disco apontavam Dilú como parceira de Rosil. Mas não faltariam oportunidades futuras para o devido reconhecimento.
  • No dia 10 de julho de 1968, no início da tarde, Rosil se sentiu mal quando descansava sob a sombra de uma Quixabeira em uma fazenda próxima a Campina Grande. Pediu um chá para “desempachar”, reclamou mais uma vez do mal-estar e anunciou: vou pra Campina, não estou bem. Na noite daquele dia, como em todos os outros, moradores, trabalhadores rurais, fazendeiros e a população daquela área em geral se aglutinava nas casas onde havia um Rádio, daqueles grandes, para ouvir o Forró de Zé Lagoa. Em vez da música introdutória, se ouviu uma voz fúnebre anunciando o falecimento do poeta da caatinga, dos cariris, do Nordeste. Campina Grande assistiu a mais profunda comoção que a atingira. Desaparecera subitamente sua síntese poética, suas alegrias e suas tristezas. Nesse dia, macambiras e xiquexiques murcharam. Juritis, asas brancas, ribaçãs arribaram. O povo, a população simples e pobre das periferias de Campina e dos municípios vizinhos se encerrou em luto. Campina Grande não comportou a quantidade de pessoas para o último adeus ao poeta que a cidade adotou. Rosil Cavalcanti não pode ser esquecido.
  • Ao todo, Rosil teve mais de vinte músicas gravadas por Jackson do Pandeiro, como 'Cabo Tenório', 'Lei da Compensação', 'Quadro Negro', 'Forró na Gafieira' e 'Na Base da Chinela'. Feita em parceria com o rei do ritmo, esta última foi regravada posteriormente por Elba Ramalho. Na voz de Marinês destacam-se Saudade de Campina Grande e Aquarela Nordestina, que foi também interpretada por Luiz Gonzaga/ Rosil teve ainda canções gravadas pelo Trio Nordestino, Zé Calixto, Genival Lacerda, Anastácia, Ary Lobo, entre muitos outros. Ao contrário de Dilú, todos deram sua contribuição para inscrever o nome de Rosil Cavalcanti na história da música popular nordestina.
  • Logo depois foi trabalhar na Rádio Borborema, onde criou um programa de noticiário policial “Radar”, ancestral de qualidade desses folhetins que se tornaram os boletins policias das emissoras de rádio de hoje em dia.

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Rosil de Assis Cavalcanti 20/12/1915 Macaparana, PE 10/7/1968 Campina Grande, PB Biografia Compositor. Ator. Radialista. Nasceu no Engenho Zebelê, na localidade de Macaparana em Pernambuco. Fez os cursos primário e ginasial no Recife. Em 1936 entrou para o 22º Batalhão...

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