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Biografia de Sandy Denny

O folk rock inglês tem suas estrelas. Uma das cantoras mais celebradas da cena folk britânica, Sandy Denny (nascida em 6 de janeiro de 1947 em Londres), que ganhou respeito com o grupo Fairport Convention, e no auge da fama abandonou o grupo para gravar um dos discos mais esquecidos de uma das bandas mais esquecidas de todos os tempos: Fotheringay, álbum que carregava o nome da banda homônima em 1970.

Falar de folk inglês sem falar em Sandy Denny ou Fairport Convention é como ir a Roma e não conhecer o Papa. Juntamente com Spyrogira (do folk e não o grupo de jazz), Lindsfarne, The Pentagle, Florest ou Steeleye Spain, o Fairport Convention ajudou a desenvolver o estilo nas ilhas da Rainha Elizabeth. Antes de integrar o grupo, Sandy Denny – que cantava desde o início da década de 60 – gravou com a banda Strawbs, que mais tarde se enveredou pelo rock progressivo, onde teve também em seu cast músicos do calibre de Rick Wakeman.

A aproximação da cantora com o Fairport Convention aconteceu em 1968. Na época, o Fairport era considerado um dos maiores expoentes da folk music, contando com Richard Tompson, Dave Pegg, Simon Nicol, Dave Swarbrick e Trevor Lucas, que gravaram discos como What We Did on Our Holydays, Unfalfbricking (que traz uma versão arrasadora de Percy’s Songs, de Bob Dylan) e Liege and Lief. Estes três álbuns alçaram a carreira de Sandy Denny às nuvens. A mulher cantava muito, compunha demais, tocava vários instrumentos, um talento inesgotável que se chocou com sua personalidade um tanto desequilibrada.

Apesar do sucesso imenso ao lado Faiport Convention, a cantora decidiu – influenciada e apaixonada por Trevor Lucas – abandonar o grupo ao lado do músico no final de 1969 para formar a banda Fotheringay, na companhia de Jerry Donahue na guitarra, Gerry Conway na bateria e Pat Donaldson no baixo, lançando o primeiro disco da banda, homônimo, no ano seguinte.

Fotheringay, o disco, inicia de forma muito bonita com a canção Nothing More, onde a cantora exibe toda a beleza de seu vocal. The Sea, a próxima, também é excelente. Ambas são de autoria da própria Sandy. The Ballad of Ned Kelly é de Trevor Lucas, que a canta, mantendo o nível das duas faixas de abertura. Se seguem as ótimas Winter Winds e Peace in the End. Para o lado B do vinil ficaram separadas as pérolas The Pond and the Stream e Too Much of Nothing (composta por Dylan e gravada por ele e pela The Band no clássico Basement Tapes). Fechando o álbum, uma bela parceria do casal: Back of the Nile. Fotheringay é um grande disco de folk rock, que ainda ganha destaque na beleza da arte gráfica criada para o vinil.

Apesar do ótimo resultado registrado em disco, a vida particular do casal mostra sinais de desgaste. Sandy e Trevor – já casados – vivem uma relação tempestuosa, que incluí envolvimento com álcool e drogas, e pressionados pela gravadora (que não consegue transformar o Fotheringay em uma banda de sucesso com o Fairport Convention) decidem por fim ao grupo. No ano seguinte, Sandy parte para carreira solo com a gravação do bonito álbum The Nort Star Grassman and the Ravens, que não chega a ser um sucesso, e encontra tempo para aceitar um convite do cantor Robert Plant, que apaixonado pela voz e pelo estilo de Sandy, a convida para participar da gravação de uma faixa do álbum Led Zeppelin IV. Sandy marca presença cantando em Battle of Everymore em um dos álbuns de maior sucesso do Led Zeppelin.

Após algumas andanças, a cantora volta aos braços do Fairport lançando os álbuns Live Convention e Rising for the Moon para novamente sair em 1976. Um ano depois, ela lança o maravilhoso Like na Old Fashioned Waltz, que é seguido por Rendezvous. Em abril de 1978, quase um mês após cair de uma escada durante o período de uma separação de Trevor Lucas (que levou a filha do casal para a Austrália), é diagnosticada uma hemorragia cerebral que a leva ao estado de coma e a morte em 21 de abril, aos 31 anos.